É sempre um prazer receber um novo livro, e ainda por cima de oferta, e com dedicatória, do Dr. Salvador Coutinho, que acaba de publicar mais um livro de poesia, com o título "Prenda Mais, Morro Por Ti". Se no ano passado publicou a ficção "Um Dia Há Tanto Tempo no Mundo", este ano oferece aos seus leitores este livro de poemas, o qual vai ser apresentado no próximo dia 12 de Maio, às 18h00, na FNAC Norte Shopping, C. C. Norte Shopping, Rua Sara Afonso, 205, Loja 206, Senhora da Hora. Se, por um lado, nos deparamos com uma metafísica do real, por outro lado, temos neste novo livro de Salvador Coutinho o seu ritmo poético a que já nos tem familiarizado, povoado por aliterações e repetições, e também por aquilo que designo na sua obra poética pela "independência da palavra", isto é, a palavra individualizada no próprio verso, com identidade e vivência, as quais nos elevam enquanto leitores. Vejamos este exemplo retirado daquilo a que se poderá chamar o "ciclo do poema" - temos outros, caso, por exemplo, "ciclo do café", subtítulos que imagino - neste novo livro:
qual é o poema que ocupou o tempo preguiçoso de vivo
e não tomei apontamento precipitado em qualquer distraído
e agora (agora) (agora) (agora) só
aos trambolhões
escadaria caracol prédio velho sem elevador mas corrimão
agrarro-me às esquinas da memória
procuro o cerne e
nem sequer sou capaz d edescobrir a fralda
era um poema novo
matéria condimentos presigo novo
túnicas a disfarçar as formas de guerreiro de antanho
e de avesso tudo havia de ser entendido
porque é possível que haja há mesmo
certo como a fala certo como o mar
certo como o além dos céus
que começamos a tratar tu cá tu lá
e que é completamente diferente do que quer a monotonia dos
conformes
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