terça-feira, 27 de março de 2012

bernardino machado, pela república

A 21 de Abril do corrente ano, o Museu Bernardino Machado vai apresentar o II Tomo da Obra de Bernardino Machado, radicalizado na política, entre os anos de 1908 a 1910. Nesta frases hoje seleccionadas, extraídas de alguns textos do livro "Pela República", os quais se encontram publicados no II Tomo da Obra Política de Bernardino Machado, podemos observar uma das máximas virtudes de Bernardino Machado, a cordialidade, e, por seu turno, a transformação de uma transcendência religiosa para uma transcendência humana e pelos seus valores mais intrínsecos, caso da liberdade, assim como estes mesmos valores se encontram ligados perante a sociedade. A seu tempo, até ao dia 21, se colocará mais frases do pensamento político de Bernardino Machado, diga-se, antes de mais nada, um dos pensamentos políticos republicanos dos mais coerentes que existe. Para o Dr. Manuel Sá Marques, com um grande abraço fraternal de amizade.


"Chamemos ao dia do descanso semanal - o dia da liberdade" ("O Descanso Semanal")

"Entendo que as almas se conquistam sobretudo pela simpatia e pelo amor." ("A Aliança Ingelsa")

"Desde 1880, em que se celebrou o centenário de Camões, ao lado da velha litúrgia eclesiástica, começou a formar-se entre nós uma nova litúrgia cívica [...], uma nova religião foi despontando, humana, toda feita de cordialidade e de amor." ("Os Actuais Partidos Políticos")

"Nada pior que a ignorância em que os membros duma nação estejam dos seus direitos e dos seus deveres. Nada mais necessário de que formar a opinião para que a opinião governe. Eis o alto intuito da educação cívica." ("Formas de Governo")

"Sobre a ignorância e a miséria, a teocracia ergue-se então ousadamente contra o amor. Rompe todos os laços afectivos. Separa o homem da natureza, da família e da pátria. Os laços de família são carnais, os laços da pátria são mundanos, e a carne e o mundo, com o diabo, são os três inimigos da alma. E não se contenta de extinguir o amor, aonde os ódios dos seus sectários contra todos que não comunguem no mesmo credo, principalmente contra os bons, contra aqueles que pela virtude da sua atracção moral possam fundar sobre a terra uma nova religião, melhor, mais humana. / A plutocracia, essa, invoca o interesse contra o amor e a razão." ("A Psicologia da Reacção")

"... a maneira de operarmos a solidariedade e a paz na sociedade é operando o equilíbrio das nossas faculdades pela implantação, logo, no ensino, da tríplice liberdade, de amar, de trabalhar e de pensar." ("A Psiciologia da Reacção")

"Para muitos monárquicos todo o republicano é um díscolo, quase um bandoleiro; para vários republicanos todo o monárquico é um criminoso, um malfeitor. Eu mesmo, para a intolerância de tais republicanos, não passarei nunca, apesar da unidade moral de toda a minha vida, duma espécie de cristão novo, cuja conversão se celebra festivamente no dia do baptismo, mas que, passado esse dia, a breve trecho se lança ao lume vivo da fogueira para o expurgar de toda a peçonha original." ("Só a Liberdade é a Paz")

"Entre os dirigentes, ninguém se importa com ideias. Não é isso que os liga." ("A Reforma")


domingo, 25 de março de 2012

antonio tabucchi (1943-2012)

"todos os sonhos humanos são sonhos breves"

Tabucchi, Sonho de Francisco Goya e Lucientes, pintor e visionário


"quando se morre vem-se para a Lua e fica-assim. / Mas porque é que eu também aqui estou?, perguntou Leopardi, estarei também morto? / Este não és tu, disse Sílvia, é só a tua ideia, tu ainda estás na Terra."

Antonio Tabucchi, Sonho de Giacomo Leopardi, poeta e lunático




"pareceu-lhe que o tempo tinha parado e pensou que amúsica devia fazer isso: parar o tempo."

Antonio Tabucchi, Sonho de Achille-Claude Debussy, músico e poeta


"Levantou-se e despediu-se. A tipóia esperava-o à porta. Agora tornara-se de novo adulto e tinha-lhe crescido o bigode. Para onde quer que o leve?, perguntou o cocheiro. Leve-me para o fim do sonho, disse Pessoa, hoje é o dia triunfal da minha vida."

Antonio Tabucchi, Sonho de Fernando pessoa, poeta e fingidor


a citânia de briteiros (II), camilo, martins sarmento e o "burro arqueológico"

para a cândida, amorosamente



Numa altura em que Vila Nova de Famalicão se increve nas actividades culturais da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012, através da Casa-Museu de Camilo perante as comemorações dos 150 anos da publicação das "Memórias do Cárcere" e, ao mesmo tempo, com a visita recente do Ministro da Educação ao concelho famalicense, prometendo que Camilo iria estar presente no curriculum nas escolas do secundário (esperando que não seja uma promessa daquelas que o tempo leva) nada como trazer à lembrança a relação de amizade entre Camilo Castelo Branco e Francisco Martins Sarmento, numa altura em que o primeiro andava fugido do crime que era acusado, de adultério! Foi o que se pode chamar uma visita arqueológica amorosa, realizada ontem, a calcorrear a terra dos celtas e dos romanos, e, ao mesmo tempo, cultural, numa revisitação ao exílio de Camilo em casa de Sarmento. Quem já estudou essa relação profícua, entre a cultura e a amizade, foi precisamente Artur Sá da Costa em "A Tertúlia do Ave: Camilo, Martins Sarmento, Alberto Sampaio, Bernardino Machado e amigos". Pretendo realçar aqui, hoje, o quanto Camilo é devedor dessa amizade para com Martins Sarmento, através de citações; e este incentivava Camilo a visitá-lo, assim como a sua Citânia, lembrando-se muitas vezes Sarmento dos conselhos arqueológicos de Camilo. Aliás, Sarmento chega mesmo a propor a Camilo, já que este lhe tinha prometido uma visita, não só a ele como à Citânia, acrescentando que "se tem medo de subir o monte, arranjo-lhe um burro arqueológico, que o leva lá mansamente." Camilo nunca se esquecerá de Martins Sarmento, não só o mencionando nas suas obras, como lhe dedica "No Bom Jesus do Monte" e "O Regicida". Parece que afinal, depois de se conhecer estes textos, não houve nenhum "burro arqueológico"!



"Não vi onde encontrar a cabeça febril [na fuga desaustinada] e lembrou-me que tinha ali um conhecido, um poeta, um homem de existência amargurada. Procurei o conhecido, e achei um amigo, como usam raramente ser os irmãos, em Francisco Martins."

                                                                  Camilo, Correspondência de Camilo Castelo Branco - V


"Pernoitei no ergásbulo da Senhora Joaninha, e fui no dia seguinte para as Caldas das Taipas esperar que Francisco Martins me lá desse um leito em sua casa, e um talher à mesa. / Este remanso deu-me alma para ir de rosto contra os novos trabalhos. Francisco Martins consolava inadvertidamente, contando desgostos incomensuráveis da sua vida, tão em princípio ainda. Entretinha praticando em coisas de literatura amena, que a tem copiosa e variada. O meu quarto estava abastecido de bons livros, em que prelevavam clássicos portugueses, e os mais laureados romances da época. Algumas horas de entardecer passámo-las no rio ASve, em um barquinho, revezando-nos na fadiga de remar, e cismando cada um nas suas saudades, ou nas suas esperanças, mas ambos tristes, quando o dizia o silêncio. Na vinda do rio, estanciávamos pela Assembleia, cujo director, o Senhor Matos, nos contava com veemências de espírito civilizador os seus projectos de dar um baile estrondoso, a despeito dos estorvos com que uma assembleia rival estava empecendo a tão digna manifestação da cultura da terra."

Camilo, Memórias do Cárcere



"Se você, hoje, por volta de duas horas da tarde, subisse à espinha das serras que sobranceiam o seu majestoso palácio de verdura, e apontasse de lá o seu óculo para estas eminências do sul, via-me num cabeço de outeiro, que chamam aqui o Castelo de Vermoim. No penhasco mais a pico me assentei, olhando por essas pradarias fora, até onde a corda de serros me abalizava o horizonte, para além do qual se transmontava o meu espírito a visitar Francisco Martins entre os seus milhares de amigos - milhares de livros, quero dizer. / Eu bem sabia que você, dobrando a página da brochura, e acendendo o quinquasésimo cigarro, acolheria o hóspede desenfastiadamente, perguntando-lhe: / - "Que faz no Castelo de Vermoim a matéria que te mandou, espírito?"

Camilo, No Bom Jesus do Monte





"Quando eu estava na casa de Francisco Martins, de Guimarães, em Briteiros, na raiz da serra da Citânia, ensaiando forças para as solidões do cárcere... ( sempre que posso, trago estas recordações a molde: não vejo outro jeito de expiar a tolice, se não confessando-a e relembrando-a)."

Camilo, No Bom Jesus do Monte




"O Sr. Francisco Martins é poeta. O seu livro pertence todo ao coração. O estilo dele tem a encantadora desordem dos ímpetos que o fizeram sair, como pedaços de lava, que saltam da cratera, antes da inteira explosão. / Depois de lido, fica um desejo: não direi que é o do segundo volume, assim cortado da angústia, porque seria isso desejar cruelmente ao seu autor a causa dum grande sofrimento prolongado. O que eu de bom ânimo lhe desejo é que a sua alma receba uma nova semente de comoções, e lhe prospere colheita de frutos menos agros."

Camilo, Esboços e Apreciações Literárias



"No Brasil deve saber-se que existe em Guimarães um homem, que, a expensas suas, trabalha há doze anos na exumação duma «cidade» céltica ou fenícia. É Francisco Martins de Morais Sarmento, homem rico, um estudioso indefeso e arqueólogo irrivalizável. Em Espanha, França, Inglaterra e Alemanha são conhecidos os seus trabalhos da Citânia e reproduzidos os exemplares da sescavações, acompanhados da sua profunda crítica, muito assinalada pela modéstia com que o doutíssimo explorador se apresenta."

Camilo, Ecos Humorísticos do Minho


citânia de briteiros I





o caminhar simbólico do maçon

“O maçon é o trabalhador constante para o bem da humanidade”
                João Alves Dias


Com casa cheia, mais de meia centena de pessoas, realizou-se no passado dia 23 de Março do corrente ano no Museu Bernardino Machado (em Vila Nova de Famalicão), a segunda conferência do V Ciclo de Conferências de 2012 subordinado à temática “A Maçonaria em Portugal: do século XVII ao século XXI”. Desta vez, o conferencista convidado foi o Professor João Alves Dias, da Universidade Nova de Lisboa, que proferiu a conferência “Organização e Funcionamento: ritos, símbolos e graus”.


O Prof. Norberto Ferreira da Cunha no momento da apresentação do conferencista, o Prof. João Dias

Partindo do lema se tudo para o ser humano normal é o nada, e se este mesmo nada para um filósofo pode ser o tudo, evidenciou os símbolos máximos da Maçonaria, o esquadro e o compasso, colocando-os em questão, já que podiam ser outros o símbolos da própria Maçonaria. Perguntar o que é Maçonaria, é o mesmo que perguntar o que poderá ser a fé, sendo algo de difícil explicação, sobre o que poderá ser a Maçonaria para um maçon, assim como sobre o que poderá ser a fé para um cristão, na medida em que tal explicação parte do olhar de cada um. Desta forma, ao dizer-nos o que é a Maçonaria, o Professor João Dias dir-nos-á que é o acreditar no homem e de a Maçonaria ter a capacidade de que o mesmo homem é possível de se adaptar e de se modificar no mundo. Assim, o significado da pedreira, e ao esculpir a pedra o que está em questão é o esculpir de nós próprios, tocar as nossas impurezas para sermos úteis à sociedade. No esculpir, o maçon esculpe o templo dentro de nós próprios para tentar fazer o melhor dos tempos em nós para sermos úteis à humanidade, eis o propósito de se ser maçon, podendo ser útil de diversas maneiras. E se na sua fase inicial a Maçonaria se transforma numa Maçonaria prática e especulativa, será com a constituição de Andersen que o lema da fraternidade entra em acção para uma união da instituição maçónica, uma união para respeitar a diversidade pela tolerância, reflectindo-se esta ideia no iluminismo, surgindo assim uma nova forma de pensar, uma “religião” sem dogmas e em que não há verdades, já que as verdades de hoje podem ser as mentiras de amanhã.




O Prof. João Dias, na sua intervenção, com o compasso, símbolo maçónico cuja simbologia representa o espiritual


Ora, estas maneiras diferentes de pensar vão produzir ataques à própria Maçonaria, já que ninguém aceita a diferença, já que todos podem fazer a medição com o esquadro. Ora, se a Maçonaria contém em si sete mestres (porque não cinco?) é porque tem a ver com o sistema solar que então se conhecia no renascimento, julgando-se então a existência da diversidade, porque pela diversidade nasce a luz. Assim, sendo o sol o símbolo da força, que representa metade da nossa vida, a lua o símbolo da beleza e o delta a presença do supremo arquitecto, o venerável mestre surge enquanto símbolo da sabedoria, na conjunção desses mesmo três elementos simbólicos, sendo a obra o trabalhar (representando o avental o símbolo do trabalho) claro para se poder navegar. Este caminhar do aprendiz, que se faz entre o esquadro (na sua significação enquanto matéria) e o compasso (na sua significação espiritual) e o livro que regula a lei (a consciência de cada um), o local de culto próprio para os maçons e não para os profanos, e longe destes (os maçons são reconhecidos por eles próprios), só o é para os outros porque os outros maçons o reconhecem como tal, e não os profanos.



Um aspecto do auditório
Como se faz um bom maçon? Com o saber, o ler e o compreender, eis os trâmites do caminho para se fazer um bom maçon. No fundo, a certeza da Maçonaria é o construir, o planear para mais tarde elevar a sementeira para uma fertilização; e nos rituais dos aprendizes, dos irmãos e dos mestres, o que surge na Maçonaria são diferentes formas de olhar, permitindo o seu caminhar. Aliás, estas diferentes formas de olhar, representadas nos mestres, fazem criar novas filosofias no século XVIII, maneiras diferentes de filosofar, deixando a matéria para prevalecer o espírito. Assim, cria e constrói a Maçonaria princípios e valores para embelezar as lojas de perfeição do espírito terreno para o espiritual, na procura do homem para ser homem. E se a partir de determinada altura surge uma confusão de graus da Maçonaria, criando o rito escocês a ordem do caos, o rito francês organiza numa sequência lógica a determinação simbólica para um novo rito, o filosófico, criando uma paramaçonaria para a revalorização do humano.

Outro aspecto do auditório, com o Prof. João Dias na sua conferência


quinta-feira, 22 de março de 2012

bernardino machado, apóstolo da democracia


DO REGICÍDIO À IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

“A revolução redentora há-de estalar subitaneamente um dia, mas há-de ser preparada perseverantemente, laboriosamente, todos os dias, a cada minuto. O poder não evoluciona liberalmente para a república, não contemos com isso! Mas evolucionemos nós sem tréguas para ela pelo incessante exercício e progressivo desenvolvimento das nossas virtudes cívicas.”

Bernardino Machado, Eleições Locais, 1908

No próximo dia 21 de Abril, pelas 16h00, no Museu Bernadino Machado, em Vila Nova de Famalicão, vai ser apresentado o III volume-II Tomo das Obras de Bernardino Machado. A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o Museu Bernardino Machado e as Edições Húmus continuam, assim, com a publicação das Obras de Bernardino Machado, cujo II Tomo compreende os anos de 1908 a 1910, fase histórica que compreende o Regicídio até à Implantação da República em Portugal, no dia 5 de Outubro de 1910, na intensidade da ditadura franquista. Com a coordenação científica do Professor Norberto Ferreira da Cunha (coordenador científico do Museu Bernardino Machado), o II Tomo das Obras de Bernardino Machado, que corresponde à sua produção textual política, alia-se a uma intensa actividade de propaganda republicana por parte de Bernardino Machado, cognominando-o a imprensa como sendo o “apóstolo da democracia e grande educador”.
O II Tomo da obra política de Bernardino Machado contém, desta forma, textos como “A Concentração Monárquica” (1908), “Eleições Locais” (1908), “Orientação e Táctica Republicana” (1909), “A Lógica dos Acontecimentos” (1910), “A Monarquia e a Tutela Estrangeira” (1910) e “Pela República: 1908-1909 – II” (1910), volumes já completamente esgotados no plano editorial, sendo agora republicados. Paralelamente, o II Tomo vai ter, igualmente, textos e entrevistas de Bernardino Machado publicados apenas uma única vez na imprensa (nacional e estrangeira), caso de jornais como “A Beira”, “O Imparcial”, “Diário de Notícias”, “O Mundo”, “Vanguarda”, “República”, “O Norte”, “Voz Pública”, “A Luta”, “O Primeiro de Janeiro” e de “O Século”; por seu turno, dos jornais internacionais temos textos, principalmente entrevistas, publicados em “Le Matin” (França), “Diário Português” (Rio de Janeiro) ou no “Haroldo de Madrid” e no jornal “Huelva” (Espanha).
Para além desta característica deste II Tomo, os textos que o compõem reflectem a sua actividade no campo da propaganda eleitoral pelo ideal republicano (acreditando Bernardino Machado que a revolução deveria ser mais um acto político do que um acto militar), discursando um pouco por todo o País, de norte a sul, seja nas eleições municipais ou nas eleições para o Parlamento, muitas vezes em centros republicanos já existentes e em outros que inaugura. Vejamos este último caso: Grupo Republicano França Borges, Grupo Democrático A Juventude Republicana, Centro Republicano João Chagas, Centro Escolar Republicano A Luta, Centro Republicano de Abranches, Centro Republicano Dr. Machado (Porto, V. N. de Famalicão), Centro Republicano do Lavradio, Centro Republicano Basílio Teles, Grupo da Mocidade Democrática Guerra Junqueiro, Centro Republicano Guilherme Braga, Centro Republicano de Pontevel e Centro Democrático de Montemor-o-Novo. Do primeiro caso, temos, por exemplo, a actividade discursiva de Bernardino Machado no Grémio Republicano Federal, na Comissão Municipal Republicana, Centro Republicano Latino Coelho, Escola 31 de Janeiro, Concentração Musical 24 de Agosto, Centro Republicano António José de Almeida, Centro Republicano das Mercês, Voz do Operário, Centro Republicano de S. Carlos, Associação dos Caixeiros de Lisboa, Centro Republicano Afonso Costa, Centro Republicano João Chagas, Centro Republicano Botto Machado, Centro Republicano Tomás Cabreira, Centro Republicano Alexandre Braga e em tantos tantos outros. Muitas vezes, em plena campanha eleitoral, discursa três vezes no mesmo dia em locais diferentes!
 O II Tomo, para além da introdução do Professor Norberto Ferreira da Cunha, terá também, do mesmo, notas-de-rodapé explicativas relativamente aos acontecimentos históricos. A apresentação do II Tomo contará com a presença do Vereador da Cultura e Vice-Presidente da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão Paulo Cunha.

camilo, o barão de trovisqueira e a política




antes de mais nada, um apontamento, que clarifica o pseudónimo deste texto que hoje se republica, mateus. mais conhecido por rodrigo terroso, e de nome completo rodrigo júlio dos santos terroso (v. n. de famalicão, 14/12/1866-v. n. de famalicão, 19/05/1925), foi escrivão-notário e jornalista. usou vários pseudónimos, noemadamente samuel (tendo sido com este que escreveu as famosas memórias intituladas "figuras antigas: rua direita" e publicadas no jornal famalicense "estrela do minho"), daniel e rosundo (com este, escreveu novas memórias famalicenses). para além de ter sido o correspondente de famalicão em "o primeiro de janeiro", colaborou na "gazeta do minho" e foi o redactor do jornal "o minho", particularmente da 2.ª série. está na origem do jorna l"egualdade", o qual surgiu em 4 de feveriro de 1885, tendo sido neste mesmo que surgiu a primeira referência à república em v. n. de famalicão. após esta aventura política, será terroso um dos militantes mais fervorosos do partido progressista famalicense, sendo "o minho" uma espécie de órgão do mesmo partido. aliás, joaquim trovisqueira, filho do barão de trovisqueira, foi a seu lado proprietário do referido jornal, também nele colaborando. privou com camilo, tendo sido uma visita de seide. das relações de camilo com o barão de trovisqueira, tendo sido este padrinho de um dos filhos do habitante de seide, isso e outra história. fica aqui esta reprodução do texto de rodrigo terroso e das relações de camilo com a política.