terça-feira, 13 de março de 2012

camilo fingidor



o que temos nestas "memórias do cárcere"? camilo no seu melhor, enquanto fingidor de si próprio, enquanto andarilho e vagamundo pelo norte do país, albergando-se em casas de amigos, como josé cardoso vieira de castro ou de martins sarmento. no fundo, um camilo estóico entre as leituras e os livros e a escrita, passando pela fenomenologia do amor, a dimensão antropológica, reflexões sobre a amizade, uma imagem de portugal, um portugal que se transforma socialmente e a literatura no seu melhor (no jogo entre o real e a ficção). lemos na conclusão: "fecham-se as memórias. / há nelas uma grande lacuna. eu devia ter dito porque estive preso um ano e dezasseis dias. não disse, nem digo, porque verdadeiramente ainda não sei porque foi." a seu tempo, senão diariamente, iremos celebrar neste blog os 150 anos destas memórias camilianas andarilhas, com citações das temáticas anunciadas, tal como o já fizemos com o "amor de perdição".

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