domingo, 28 de julho de 2013

Bernardino Machado: cronologia pedagógica (1851-1881) - I



Para o Dr. Manuel Sá Marques, com o meu abraço de fraterna amizade.
 

“Este jovem professor da Universidade tem uma reputação estabelecida de grande talento e vasta erudição. É um dos mais celebrados representantes do novo professorado da jovem academia, em dissidência, quase em revolta com o velho e decrépito instituto. É citado como um dos tipos mais perfeitos do erudito moderno, prófugo do metafisismo universitário, retórico e caturra, versado em toda a história do experimentalismo das novas escolas na ciência, na filosofia e na literatura, possuindo na ponta da língua o seu Augusto Comte, o seu Darwin e o seu Haeckel, a física de Helmholtz, a  química de Wurtz, a biologia segundo Huxley, de Bain, de Hartmann, de Schopenhauer e de Proudhon, e toda a literatura dos escritores naturalistas. Magro,s eco, nervoso. Larga testa poderosa, sorriso fino, olhar penetrante, e toilette escrupulosíssima.”
Ramalho Ortigão
1851
·         Bernardino Luís Machado Guimarães nasceu em 28 de Março no Rio de Janeiro (Brasil), filho de António Luís Machado Guimarães, imigrante português, abastado comerciante, e de Praxedes de Sousa Ribeiro Guimarães, brasileira.
1859
·         Faz, com aproveitamento, a instrução primária no Liceu Comercial do Rio de Janeiro.

1860

·         Vem para Portugal com os pais no navio «Oneida», estabelecendo a família residência em Joane (concelho de V. N. de Famalicão) e, mais tarde, no centro da então Vila. Vai estudar para o Porto, para o Colégio Podestá.

1862

·         Em 1 de Julho, faz o exame de instrução primária no Liceu Nacional do Porto, sendo aprovado.
1866

·         Em Outubro, matricula-se no 1.º ano da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra.

1867

·         Matricula-se no 1.º ano da Faculdade de Filosofia.

1868

·         É premiado em Matemática (Prémio Partido).

1869
·         Em Julho, fica distinto em Química Orgânica.

1870

·         Publica-se a revista “Estudos Cosmológicos”, da qual não só é co-redactor, como igualmente colabora, com António Maria de Sena e Francisco Augusto Correia Barata.

1872

·         Atingindo a maioridade, declara, na Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, optar pela nacionalidade portuguesa.
·         Em Julho, é premiado em Filosofia (1.º Accessit, em Botânica), ficando distinto em Física.

1873

·         É admitido, em 5 de Março, como Sócio no Instituto de Coimbra.
·         Em Julho, conclui o curso, saindo bacharel em Filosofia e em Matemática. É premiado em Filosofia (2.º Accessit).
1875
·         Em 14 de Janeiro, licencia-se em Filosofia com a tese “Theoria Mechanica da Reflexão e das Refracção da Luz”.
1876
·         Em Janeiro, concorre a uma das vagas de professor substituto da Faculdade de Filosofia com a tese “Theoria Mathematica das Interferencias”.
·         Em 9 de Junho, defende conclusões magnas em Filosofia.
·         Em 2 de Julho, doutora-se em Filosofia com a tese “Deducção das Leis dos Pequenos Movimentos Periódicos Próprios da Força Elástica”. O diploma tem a data de 27 de Outubro.
1877
·         Em Fevereiro, é nomeado professor substituto da Faculdade de Filosofia, encarregado da cadeira de Agricultura.
·         Em 8 de Março, toma posse do cargo de lente substituto. É indicado para Fiscal de Filosofia (até Julho de 1878).
·         É Vice-Director da Classe de Literatura e Belas-Artes do Instituto de Coimbra, até 1880.
1878
·         “Theses de Philosophia Natural”.
1879

·         É nomeado, em 17 de Abril, Lente Catedrático da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra. Toma posse em 22 de Abril.

1880

·         Em 4 de Novembro, é-lhe confiada, por acumulação, a cadeira de Geologia.
1881
·         Em sessão de 21 de Fevereiro é nomeado Sócio-Correspondente da Sociedade de Geografia de Lisboa.
·         Em Outubro, passa a ser lente proprietário da 8.ª cadeira (Agricultura).

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Álvaro de Castelões (1859-1953): o cidadão

 Foi com o maior prazer que estive na apresentação da reedição do livro de Álvaro de Castelões "Beijos e Rosas", numa reedição da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, nas comemorações do 60.º aniversário do falecimento de Álvaro de Castelões. Sócio Honorário da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e membro da Sociedade de Geografia, em Álvaro de Castelões encontrámos o africanista, o deputado progressista (que teve o apoio dos republicanos em 1897), o poeta, membro efectivo da comissão municipal de Vila Nova de Famalicão do Partido Republicano Português (1912), Director Fiscal do Caminho-de-Ferro de Mormugão, das Obras Públicas da Índia e Director dos Caminhos -de-Ferro do Minho e Douro, Álvaro de Castelões foi, acima de tudo, uma personalidade que reuniu concensos na comunidade famalicense. Falei do cidadão. Para além da minha presença, com a sala da Junta de Freguesia de Castelões bastante concorrida, estiveram presentes o Presidente da Junta de Castelões, Francisco Sá, o Vereador da Cultura e Vice-Presidente da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão Dr. Paulo Cunha, a acarinhar a iniciativa, e o declamador-poetante Alcino Monteiro. Foi um momento bem agradável.