quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Os Democratas de Braga"


"Os Democratas de Braga"

Amadeu Gonçalves



Para o Dr. Artur Sá da Costa
exemplo de cidadania e de coerência
com o meu abraço de amizade fraterna



“As memórias políticas aqui reunidas são as da desta geração que assiste à entronização de Salazar e á consolidação do Estado Novo, que enfrenta de cara destapada o ditador, rejeita e combate o regime, marcando uma fronteira de liberdade, defendida por uma trincheira de resistência e de oposição à barbárie totalitária.”

Artur Sá da Costa

Só a liberdade é a paz… Se amo a liberdade com tanto fervor, é mesmo, sobretudo, por ser ela a única força de ordem e de paz, a única força verdadeiramente fraternizadora.”

Bernardino Machado

O próximo dia 7 de Fevereiro de 2015 ficará para a História de Vila Nova de Famalicão: no Museu Bernardino Machado vai ser apresentado, por José Manuel Tengarrinha, o livro “os Democratas de Braga” (Edições Húmus), organizado por Artur Sá da Costa, Henrique Barreto Nunes e José Viriato Capela. A escolha do local para a apresentação do livro não poderia ter sido o melhor, já que Bernardino Machado representa essa luta simbólica e real contra a ditadura, melhor, contra as ditaduras: na grata expressão de Amadeu Carvalho Homem, Bernardino Machado é o inimigo público n.º 1 das ditaduras em Portugal, combatendo João Franco, Pimenta de Castro, Sidónio Pais e Oliveira Salazar. Dividido em “Testemunhos”, “Memórias Recuperadas” e em “Evocações”, o livro “Os Democratas de Braga” retrata a actividade da oposição democrática ao Estado Novo, entre a política e a cultura, representando, precisamente, essa trajectória bernardiniana. Com dez colaboradores de Vila Nova de Famalicão (Salvador Coutinho, Manuel Gouveia Ferreira, Joaquim Loureiro, Margarida Malvar, macedo varela, Armando bacelar, António Pinheiro Braga, Guilherme Branco, Manuel Cunha e Lino Lima) e com textos de outros colaboradores que abarcam outros concelhos (Fafe, Braga, Barcelos, Vieira do Minho, Terras do Bouro e Guimarães), o livro “Os Democratas de Braga” contém uma visão multidisciplinar, entre socialistas, comunistas e católicos, das actividades da oposição democrática perante o Estado Novo no Minho, dando novos contributos históricos para a investigação e a historiografia contemporânea. Conforme nos diz Artur Sá da Costa na sua introdução histórico e pedagógica numa contextualização da obra: “Desenganem-se aqueles que julgam que este conjunto de memórias e testemunhos políticos pouco acrescentem de novo […] ao debate e à análise histórico/político da ação das oposições no distrito de Braga.” De facto, se não há história sem memória, também não haverá história se não houver novos dados documentais e historiográficos para uma investigação multidisciplinar e da própria História. Neste âmbito, Vila Nova de Famalicão tem sido exemplar (assim como outros municípios também o têm sido, conforme nos exemplifica Henrique Barreto Nunes no seu estudo bibliográfico sobre a oposição democrática no distrito de Braga) na preservação e na investigação, assim como na divulgação dos vários espólios (entre a política, a cultura e a actividade sindical) existentes na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, no Museu Bernardino Machado e no Arquivo Municipal, dando origem a novos estudos. Os organizadores e os colaboradores do livro “Os Democratas de Braga” representam aquela ideia Bernardiniana de Liberdade e de Cidadania: “Sem cidadãos livres não há liberdades públicas.”


sábado, 10 de janeiro de 2015

A Imprensa e o "Verão Quente" em V. N. de Famalicão I

A IMPRENSA E O "VERÃO QUENTE" EM V. N. DE FAMALICÃO
AGOSTO DE 1975
Investigação, Notas, Compilação

Amadeu Gonçalves



Numa altura em que se desenrolava o famoso PREC (Processo Revolucionário em Curso), este teria o seu apogeu no famoso "Verão Quente" de Agosto de 1975, entre os extremismos da direita e da esquerda, verificando-se mesmo antes. Se os acontecimentos então passados em V. N. de Famalicão ficaram para a história, numa altura em que se comemoram os quarenta anos do "Verão Quente", o que convém reter, à luz dos recentes acontecimentos com o "Habdo", apesar da realidade política, social, cultural e económica  ser completamente diferente, é uma reflexão sobre os dogmatismos e as intolerâncias, numa sociedade ocidental cada vez mais paradoxal. Exceptuando num jornal ou noutro, caso do portuense "O Primeiro de Janeiro", as reportagens jornalísticas e a imprensa da época, mais do que perante os factos e os acontecimentos, reflectiram esses mesmos dogmatismos intolerantes. Efectivando até agora o levantamento pela imprensa nacional, regional e local sobre os acontecimentos então verificados em V. N. de Famalicão, começo pela reportagem do jornal "Avante". 



A ESCALADA TERRORISTA DAS FORÇAS DA REACÇÃO[1]

A reacção fascista está desencadeando, por todo o País, uma onda de violência sem precedentes. Juntamente com a realização de atentados, assaltos e destruições de sedes de forças políticas progressistas, espancamentos e perseguições, ataques às autarquias democráticas e a comissões de moradores, a reacção conspira na sombra, preparando um novo 11 de Março. Esta é a conjura actual da reacção, para liquidar as liberdades democráticas e instaurar uma nova ditadura.
Os terroristas atacam de preferência o Partido Comunista Português, mas a sua intenção é atacar todos quanto defendam a liberdade e a democracia. Pretendem impedir o exercício das liberdades sindicais, como ficou demonstrado com o seu ataque à reunião dos sindicatos têxteis, em Ofir. Pretendem impedir a libertação dos trabalhadores da exploração do grande capital, como tentaram fazer na Têxtil Manuel Gonçalves. Pretendem impedir a criação e a luta das comissões de moradores, como ficou bem claro em Matosinhos. Pretendem acabar com as autarquias, como tentaram fazer em Matosinhos, Gaia e Gondomar. Pretendem desviar os pequenos comerciantes da luta contra os grandes monopólios do comércio, como aconteceu designadamente em Famalicão, onde procuraram atraí-los a uma manifestação reaccionária. Pretendem impedir a aplicação da lei do arrendamento rural, que beneficiará centenas de milhares de pequenos camponeses.



[1] “A escalada terrorista das forças da reacção. Assaltos, incêndios, agressões, saques revelam a verdadeira face fascista do ataque da reacção”. In Avante. Lisboa, 7.ª série, Ano 45, n.º 71 (7 Ago. 1975), p. 7.





Em vários pontos do País são cercadas, apedrejadas, destruídas ou incendiadas sedes do PCP, do MDP/CDE e de outras organizações progressistas. Militantes comunistas, homens e mulheres democratas, são ameaçados, espancados, anavalhados, feridos ou perseguidos. Em todo o País alimenta-se uma histeria insultuosa e vil contra o Partido Comunista e contra os mais destacados dirigentes revolucionários portugueses. Ainda anteontem, na Póvoa de Varzim, quando camaradas nossos procediam à colagem de cartazes, foram ameaçados por elementos afectos ao PPD que depois se entregaram à destruição dos cartazes.

Famalicão: vinte e duas horas de cerco ao CT do PC

Na sequência das actividades terroristas que têm vindo a desenrolar-se por todo o norte, em Famalicão, a reacção mostrou mais uma vez a sua criminosa violência.
O rastilho foi uma manifestação de apoio ao grande patrão da têxtil e conspirador contra-revolucionário Manuel Gonçalves, pedindo o seu regresso, rejeitando a Comissão Administrativa nomeada pelo Governo. Desta manifestação partiu-se para a tentativa da destruição de sedes de partidos progressistas. A sede do MDP/CDE foi devassada e destruídos todos os seus haveres. Dirigiram-se depois para a sede do nosso Partido para fazer o mesmo.
Havia palavras de ordem tais como vamos queimar isto e morte aos comunistas.
Até cerca da meia-noite tentaram mobilizar todas as suas forças, não conquistando a adesão da massa da população de Famalicão.
Os apedrejamentos sucederam-se.
Pouco depois da meia-noite lançaram-se ao assalto pelas traseiras do prédio. Usando do seu inalienável direito de defender as suas vidas e a sua casa, os militantes comunistas dispararam tiros de caçadeira, ferindo dois dos fascistas assaltantes e fazendo gorar o assalto.
Durante toda a noite os bandoleiros puderam, livre e impunemente, manter o cerco. Tocaram os sinos a rebate mas não tiveram os resultados que contavam: prosseguiram isolados da população.
No Sábado de manhã, com a situação inalterável, surgiram, percorrendo as aldeias próximas, carros que gritavam a palavra de ordem morte aos comunistas. É de frisar que toda esta acção foi realizada impunemente, com toda a liberdade. Mas também não tiveram êxito!
Procuram então mobilizar fascistas de localidades mais longínquas como Porto e V. N. de Gaia.
A ira fascista continuava no exterior do Centro de Trabalho a berrar «morte aos comunistas», «Otelo para o Campo Pequeno», «Abaixo o MFA», insultos vários a Vasco Gonçalves, sendo mesmo queimada uma bandeira do MFA, à frente dos próprios soldados, que entretanto tinham acorrido ao local.
No interior do Centro de Trabalho os militantes do Partido Comunista Português continuaram a demonstrar a mais firme decisão de impedirem que os fascistas ali entrassem.
Cerca das 12 horas, chegaram mais tropas que actuaram no sentido de afastar os manifestantes por sítios não distantes das instalações. São disparados pelas Forças Armadas alguns tiros para o ar.
Pelas 17 e 15, três capitães das Forças Armadas dirigiram-se aos militantes comunistas que se encontravam cercados no Centro de Trabalho por grupos fascistas e entregaram-lhes a seguinte nota:
«Considerando-se que se impõe prioritariamente a salvaguarda de vidas humanas e face à ordem telefónica recebida do Quartel-General da Região Militar do Norte, ordena-se, em nome do mesmo, que os militantes do PCP retidos por uma manifestação dentro da sua sede em Vila Nova de Famalicão a abandonem.»
Face a esta ordem, os militantes do PCP entregaram aos oficiais das Forças Armadas a seguinte declaração:
«Em nome do partido Comunista Português protestamos energicamente contra a ordem de evacuação do nosso Centro de Trabalho em Vila Nova de Famalicão, ordem que só aceitamos para não entrar em confronto com as Forças Armadas.»
Entretanto, começaram imediatamente a correr boatos reaccionários segundo os quais os comunistas teriam sido presos e no Centro de Trabalho encontradas espingardas G3 e granadas.
Foram 22 longas horas de cerco. Nestas 22 horas em que se mantiveram firmes sob a ameaça de assalto iminente e no momento em que tiveram de sacrificar a sua casa para evitar confrontos com as Forças Armadas em nome dos interesse supremos da revolução, os militantes comunistas de Famalicão mostraram possuir a coragem, a firmeza de princípios e a disciplina que são timbres dos comunistas.





Graves incidentes se sucederam

No entanto, após a saída dos militantes comunistas e ocupação do Centro de Trabalho pelas Forças Armadas, sucederam-se acontecimentos de extrema gravidade: o saque do Centro de Trabalho.
À noite verifica-se uma autêntica caça aos comunistas e democratas.
Com o agudizar da situação em frente do Centro de Trabalho, acossados pelos fascistas, as forças do exército disparam rajadas de metralhadora para o ar. Disto resultaram três feridos e um morto.
Os acontecimentos do dia 1 e 2 de Agosto em Famalicão são um aviso para todos os democratas e antifascistas, para todo o nosso Povo, refere um comunicado da Direcção da Organização Regional do Norte do Partido Comunista Português. Eles mostraram com clareza que se está preparando no nosso país uma perigosa conjura fascista que visa afogar num banho de sangue as liberdades e conquistas da revolução. Os acontecimentos mostram também com clareza quem está por detrás do terrorismo e da conspiração reaccionária – são os grandes capitalistas como Manuel Gonçalves, os bandos hediondos dos seus homens-de-mão, é a mais negra reacção fascista.
E a terminar este comunicado distribuído na madrugada do dia 3, a DORN frisa:
A Direcção da Organização Regional do Norte do Partido Comunista Português, advertindo uma vez mais as autoridades responsáveis de que não é com hesitações que se combate o terrorismo e a conspiração fascista, reclama um profundo e rápido inquérito aos acontecimentos de Famalicão, e o justo castigo de todos os responsáveis.
A Direcção da Organização Regional do Norte do Partido Comunista Português apela para todo o Povo, para todas as forças democráticas e revolucionárias, para que unam os seus esforços para erguer uma forte barreira à violência terrorista e à conspiração reaccionária.
A reacção fascista será esmagada! A Revolução triunfará! A aliança Povo-MFA é uma força indestrutível.
Mas a actuação destes energúmenos não fica por aqui. Em nome das liberdades e do povo, com ódio incontido assaltaram e saquearam a casa de homens que o povo de Famalicão sabe que são pessoas sérias e honestas que sempre defenderam os interessas da classe trabalhadora.
A raiva com que os fascistas assaltaram e saquearam os escritórios dos advogados Lino Lima e Salvador Coutinho, e do consultório do dentista Miguel Cruz, as agressões contra militantes comunistas, os insultos e as pressões a militares, depois de verem goradas as suas tentativas de assalto ao Centro de Trabalho do PCP em Vila Nova de Famalicão, mostram bem que tipo de liberdade estes reaccionários pretendem.
Analisando estes acontecimentos, a Comissão Concelhia de Famalicão do PCP termina um comunicado distribuído na segunda-feira e dirigido ao povo de Famalicão e do distrito de Braga, dizendo:
Homens e mulheres, jovens do nosso distrito: está nas vossas mãos evitar o regresso à tenebrosa ditadura fascista de que o povo de Famalicão nestes últimos dias testemunhou as bárbaras intenções!
Não aos actos de vandalismo fascista, não ao terrorismo reaccionário, exigimos uma muralha de aço em defesa das liberdades e conquistas alcançadas!

Destruído um café

Mas em Famalicão a violência não terminou com os assaltos aos escritórios dos dois advogados e ao consultório de um dentista. Na noite de segunda-feira, prosseguindo a onda de assaltos e saques a instalações de pessoas tidas como afectas ao nosso Partido, um grupo de indivíduos, e que segundo se afirma não pertencem à vila, assaltaram perto da meia-noite o café Arcádia, mais conhecido pelo «333», na Rua José Azevedo e que já se encontrava fechado.
No interior do estabelecimento, os assaltantes entregaram-se à destruição de todo o recheio. Nada escapou à fúria dos assaltantes: mobiliário, louças, garrafas, portas, tudo ficou destruído. Após terem lançado fogo aos destroços, os assaltantes puseram-se em fuga.
Entretanto, na tarde de terça-feira, e aproveitando o funeral das duas vítimas ocorridas durante a tentativa de assalto ao Centro de Trabalho do nosso Partido, os reaccionários conseguiram desta feita entrar nas instalações do Centro, destruindo então tudo.
Propositadamente, o percurso do funeral foi desviado de molde que o cortejo passasse em frente do nosso Centro de Trabalho, onde entretanto estavam de vigia forças do regimento de Cavalaria 6, do Porto, que tinham substituído os militares do Regimento de Infantaria 8, que desde o início tinham guardado as instalações. Perante a confusão, elementos da multidão conseguiram forçar a entrada das instalações, dedicando-se depois à sua fúria destruidora.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Os Famalicenses e a I Grande Guerra: a cultura em 1915


OS FAMALICENSES E A I GRANDE GUERRA
O CIGARRO DO SOLDADO


[Foto AGG]

Nas actividades culturais, entre o teatro e as variedades, no cinema e nas festas populares, a comunidade famalicense teve algumas ofertas de distracção. A 16 de Fevereiro foram imponentes os festejos do Carnaval, os quais foram abrilhantados com um desfile alegórico, composto por oito quadros e acompanhados por uma Banda de Clarins e de música. O último carro alegórico intitulou-se “A Grande Guerra Infame”.

Lucifer-Kaiser, imperador do inferno, resolve declarar guerra ao mundo, cônscio como está do seu enorme poderio, da facilidade com que dispõe da vida dos seus infernais súbditos e dos grandes depósitos de matérias inflamáveis com que há anos abasteceu os grandes depósitos do inferno. A primeira parte do mundo a sofrer as maluqueiras do infernal imperador é a Europa, para onde já estão assestadas as formidáveis bocas de fogo que sinistramente ameaçam destruir tudo. A humanidade resolve defender-se, para o que manda abrir todas as torneiras, tanques, diques, rios e mares e oferece uma resistência tenaz com a qual não contava o maduro dirigente do inferno. / A luta dos dois poderosíssimos elementos é gigantesca e a água jorra com tamanha intensidade, sobe com tal impetuosidade que ameaça inundar o inferno. Os habitantes infernais vendo-se perdidos resolvem conspirar contra o seu imperador e propondo a paz indemnizam a Europa dos prejuízos e atiram com Lucifer-Kaiser para as Caldeiras do Pedro Botelho. / Este carro é uma maravilha, um prodígio de engenharia mecânica, para ele chamamos a atenção do público. / O préstito fecha com os representantes do Carnaval Carioca que aqui vêm saudar o nosso entrudo, mas bem entendido é o Carnaval-cordão, porque o outro, o maravilhoso, tem que fazer e não dispõe de representantes. / Apresentar-se-á com as suas vestes selvagens como sempre, dançando e cantando as modinhas do costume: “Oh abre ala que eu quero passa (bis) / Povo da lira não pode nega (bis) / Há duas coisas que me faz chorá (bis) / É só na tripa e bataião navá!” / Saudemo-lo pois.

Os famalicenses, entretanto, assistiram ao filme “Escola de Heróis” (um “belo episódio das guerras napoleónicas”), apresentando também o Olímpia “uma fita de grande aparato sobre motivos da actual grande guerra europeia e outros, tendo enchentes” as sessões que se realizaram à noite. Mas o filme que fará sucesso será o que vai ser passado no dia 12 de Dezembro, não sendo as notícias conclusivas quanto ao título, a saber, “Amor de Pátria” e “Pela Pátria”. O “Estrela do Minho” divulgará no mesmo dia o argumento do respectivo filme.

A guerra é declarada, repentinamente. As duas potências vizinhas, que até então mantinham as mais amigáveis relações, são agora inimigas. / Quando a guerra rebenta, Sidónia, a filha do generalíssimo Lievitz, está para casar com o tenente Alexis, adido à embaixada do estado vizinho. / O generalíssimo faz sentir ao tenente que, visto serem inimigos, deveria cessar todas as relações com a sua filha. Alexis volta para o seu país, mas, antes da partida, os dois jovens juram uma fidelidade eterna, e Sidónia dá ao noivo um pombo correio a fim de que ele lhe possa enviar notícias, caso lhe suceda alguma fatalidade. / Alguns dias mais tarde, o generalíssimo e seu filho, o tenente Ladislas, um jovem e bravo oficial que arde em desejos de se distinguir, estão já a caminho para a frente das tropas. Ladislas vê os seus desejos realizarem-se mais cedo do que esperava. / A bênção da bandeira da bateria n.º 5 deve ter lugar em presença do generalíssimo. A bateria n.º 5 é comandada pelo tenente Mirza, que está vendido ao inimigo, e que, no momento da bênção da bandeira, deve fazer rebentar um canhão. / A explosão do canhão deve ser para o inimigo o sinal do assalto. / Por acaso, o tenente Alexis descobre o plano. Um terrível combate se trava entre o sentimento do seu dever e o amor por Sidónia. Alexis está indignado pela maquinação infame de Mirza, resolvendo-se a impedir o atentado do miserável contra o pai de Sidónia. Em poucas horas o pombo leva à noiva a notícia do perigo que corre seu pai. Sidónia salta para um automóvel e precipita-se para o campo, onde encontra seu irmão a quem conta o que se passa. Ladislas monta a cavalo e chega exactamente no momento em que a explosão ia rebentar, deitando-se o general e os que o acompanhavam no chão para evitar os estilhaços e organizando-se rapidamente a defesa, que se transformou em ataque, conquistando uma após outras todas as trincheiras do inimigo. A última é defendida pelo tenente Alexis e pela secção, rendendo-se por fim a um violento assalto à baioneta, dirigido pelo tenente Ladislas de Lievitz. Dentro em pouco os dois antigos amigos e futuros cunhados encontram-se frente a frente, mas só durante um momento, porque Ladislas lança-se para a frente e Alexis cai, apertando a bandeira contra o peito. / Ladislas conta a sua irmã, que se fez enfermeira, o seu encontro com Alexis, e depois do combate ambos procuram no campo da batalha o tenente ferido, que encontram, recuperando a saúde com os cuidados assíduos de Sidónia. / Entretanto, o general inimigo teve que retirar-se para uma fortaleza com os restos do seu exército, formando assim o último apoio para a defesa. É necessário tomar aquele forte. Ladislas, que foi indicado para aquele feito de armas, tem um plano, pedindo para o seguir sob sua responsabilidade. Obtém permissão para isso e, pela sua coragem e pela sua habilidade, consegue penetrar no forte. Com verdadeiro desprezo pela morte, incendeia os depósitos de pólvora, que explode sepultando-o sob os escombros. Mas, o seu fim tinha sido atingido. / Os seus compatriotas tomam o forte, cujo comandante tem que se render com todas as suas tropas. Por um milagre, Ladislas tinha escapado à morte, e no dia em que a paz se assinou, o generalíssimo Lievitze pode encontrar-se com os seus dois filhos junto de si, e com Alexis, que aceita como seu genro.

No teatro, os famalicenses puderam apreciar em Março a Companhia Dramático Portuense Teatro Hig-Lif e em Outubro a Troupe Opereta Silva Carvalho (transformista) e Alice Fonseca (soprano ligeira). Na música, assistiram aos concertos de Branca Moreira e de Estela Brandão (em Janeiro), de Maria Teresa de Sousa Pires (em Agosto) e ao concerto do aluno da pianista Ester Brandão (Outubro), assim como assistiram, em Julho, no Café do Júlio a um espectáculo de variedades com dois artistas espanhóis. Paralelamente, o ano de 1915 foi um ano com três festas populares: em Junho (13, 14) no Campo Mouzinho de Albuquerque e na Estação, as afamadas Festas a Santo António, com foguetes e iluminações, cascatas grande e minúsculas. Em Julho, na Rua da Estação, realizaram-se as Festas a S. João, com iluminações, música, fogo, bancas e bazar de prendas e, em Antas e na Estrada de Guimarães, as Festas a São Pedro, organizadas por Nelson Pinto de Azevedo, com cascatas, iluminações e música, participando a Banda dos Bombeiros Voluntários de Braga e a Banda dos Bombeiros Voluntários de Famalicão.
Até que, em 15 de Abril, a comunidade famalicense vai unir-se na primeira festa cívica e cultural de benemerência para os soldados portugueses em África, na qual participaram os alunos das escolas oficiais de Famalicão, com um Orfeão Infantil, sob a direcção de Adolfo Lima, e com três comédias: “A Sementeira”, “A Primavera” e “A Desfolhada”. A 28 de Março os famalicenses leram a seguinte notícia: “Estão adiantados os trabalhos para a realização desta festa que deve causar entusiasmo, não só pelo fim altruísta a que se destina, mas também porque o programa é quase todo desempenhado por crianças. / Haverá números cantados pelos mesmos minúsculos actores e ainda outros números de sensação que oportunamente serão anunciados.” Com este programa a causar expectativa, os famalicenses saberão que a Banda dos Bombeiros Voluntários irá participar no acontecimento e que as receitas do sarau cultural e artístico que metade será entregue “ao Grupo Patriótico de Senhoras Lisbonenses” e a outra “à subscrição aberta em favor do Cigarro do Soldado”. O altruísmo dos famalicenses e como decorreu a mesma festa, sabem-no em 23 de Maio, numa notícia transcrita da “Ilustração Nacional”, do Porto, nos seguintes termos: “Foi uma festa brilhantíssima ultimamente realizada no Salão Olímpia de Vila Nova de Famalicão e cujo produto se destina aos nossos soldados em África. / A Comissão composta por distintíssimos cavalheiros daquela Vila cujos retratos damos, viu coroada do mais completo êxito os seus esforços. / O orador da festa foi o sr. Amadeu Mesquita, que falou com subido entusiasmo sobre o valor dos nossos soldados em heroísmo da raça portuguesa. / O orfeão infantil houve-se à maravilha, sob a direcção habilíssima do sr. Adolfo Lima. / Brilhantes foram também os trechos que a ilustre pianista e professora sr.ª D. Ester Brandão executou com notável mestria e sentimento, uma vez mais confirmando os seus méritos, ainda há pouco tão aplaudidos num concerto notável, realizado naquela Vila. Uma linda festa, enfim, a cuja intenção a “Ilustração Nacional” presta a sua homenagem.” Regista-se que a referida comissão de cavalheiros era constituída por Francisco Maria de Oliveira e Silva, José Robalo Ferreira, Adolfo Lima, Alípio Augusto Guimarães e Amadeu Mesquita.



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

"Dicionário dos Combatentes Famalicenses (1914-1918) - Memorial Famalicense"

[Foto: AGG]

Com início num levantamento existente na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco / Fundo Local (um trabalho existente no espólio de Vasco de Carvalho), contendo à volta de quatro dezenas de combatentes de famalicenses que participaram na I Grande Guerra, o Arquivo Geral do Exército e a imprensa, a participação dos famalicenses cifra-se, para já, em duas centenas e meia! Se as primeiras notícias no jornal famalicense "Estrela do Minho" cifram a participação de famalicenses à volta de oito centenas, perto da inauguração do Monumento aos Mortos da Grande Guerra (1924) o mesmo jornal fala em dezenas de famalicenses que participaram num conflito que mudaria a velha Europa. Neste contexto, ainda existe muito trabalho por fazer! Fica aqui o levantamento até agora realizado, agradecendo qualquer informação sobre os mesmos. Qualquer informação daqui retirada, agradece-se citação.

A. Ribeiro – Soldado (Gondifelos)
Abel Domingos de Azevedo – Soldado
Abílio C. R. Pinheiro – Soldado
Abílio Francisco Marques – Soldado
Abílio Garcia de Carvalho – Alferes Médico Miliciano (Vila Nova de Famalicão)
Adolfo da Silva Pinto – Soldado
Abel Domingos de Azevedo – Soldado (Fradelos)
Agostinho Dias Ferreira – Soldado (Mogege)
Aires Domingues da Silva – Soldado (Calendário)
Alberto Sá Coelho – Soldado (Oliveira St.ª Maria)
Alberto Santos Torrinha (Mogege)
Albino Francisco Marques – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Alcides Gonçalves Ribeiro – 2.º Sargento (Calendário)
Alexandre Álvaro Salazar – 2.º Sargento (Pedome)
Alfredo de Freitas – Soldado (Antas, S. Tiago de )
Alfredo Gomes – Soldado (Avidos)
Alfredo José Joaquim – Soldado (Calendário)
Alfredo Pereira – Soldado (Requião)
Álvaro Marques – Sargento (Vila Nova de Famalicão)
Amadeu Augusto da Silva – Soldado (Calendário)
Amândio da Costa Correia – Soldado (Calendário)
Aníbal Carneiro de Oliveira – Soldado (Requião)
António de Araújo – Soldado (Lagoa)
António Azevedo – Soldado
António Carneiro de Campos – Soldado (Lousado)
António Carvalho da Silva – Soldado (Vale S. Cosme)
António Correia da Fonseca – Soldado (Louro)
António Costa – Soldado (Jesufrei)
António da Costa – Soldado (Lemenhe)
António da Costa Moreira – Soldado (Vilarinho)
António da Costa Mesquita – Soldado
António da Cunha – Soldado
António Dias da Silva – Soldado (Carreira)
António Ferreira de Azevedo – Soldado (Lagoa)
António Ferreira de Oliveira (Jesufrei)
António Ferreira da Silva – Soldado (Vale, S. Martinho do)
António Ferreira de Sousa – Soldado (Requião)
António Gomes da Silva – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
António de Jesus Simões de Azevedo – 1.º Cabo (Portela)
António Joaquim Lopes – Soldado (Vermoim)
António José Machado – Soldado (Cruz, S. Tiago da)
António José da Silva – Soldado (Louro)
António Lopes da Silva – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
António Luís – Soldado (Outiz)
António Machado – 1.º Cabo (Vila Nova de Famalicão)
António Martins – Soldado (Lousado)
António Maurício de Oliveira Fernandes – Soldado (Arnoso Santa Maria)
António Moreira – Soldado (Calendário)
António Paredes – 1.º Cabo Miliciano (Lemenhe)
António Pereira Faria – Soldado
António Pereira da Fonseca – Soldado (Avidos)
António Pereira e Sá – Soldado
António Pereira Soares – Soldado (Calendário)
António Rodrigues da Cunha Azevedo (10/12/1878-25/02/1956) – Coronel (Lemenhe)
António de Sá e Silva – Soldado (Vilarinho)
António Sabino da Costa – 1.º, 2.º Cabo (Calendário)
António Sampaio – Soldado (Avidos)
António da Silva – Soldado
António da Silva Alves – Soldado
António da Silva Carvalho – Soldado (Carreira)
António da Silva Moreira Pinto – 1.º Sargento, Alferes (Jesufrei)
António da Silva Pinto Marinho [Marinho Pinto] – 2.º Sargento, Alferes, Aspirante a Oficial Miliciano de Infantaria (Jesufrei)
Armando Chaves de Oliveira – Alferes Miliciano de Artilharia (Calendário)
Armando da Costa Araújo – 1.º Cabo (Nine)
Augusto Bento Moreira – Soldado (Cruz, S. Tiago da)
Augusto Bento Pereira – Soldado (Cruz, S. Tiago da)
Augusto Gonçalves Pinto – Soldado (Vilarinho)
Augusto de Oliveira Machado – Soldado (Cabeçudos)
Augusto Pinheiro da Silva – 2.º Sargento (Gavião)
Augusto Pinto – Soldado (Gavião)
Augusto Pinto de Araújo Campos – Soldado (Gavião)
Augusto da Silva Duarte – Soldado
Augusto da Silva Rei – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Augusto de Sousa e Silva – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Aurélio Passos – Soldado (Vale S. Cosme)
Avelino de Barros – Soldado (Ruivães)
Avelino Carvalho (Seide)
Avelino José da Silva – 2.º Cabo (Fradelos)
Avelino José da Silva – Soldado
Avelino Pereira Gomes – Soldado (Joane)
Bento Barbosa – Soldado (Bairro)
Bernardino Coelho – Soldado
Camilo António de Araújo – Soldado (S. Miguel de Seide)
Camilo Carvalho Tinoco – 1.º Cabo
Camilo Dias – Soldado (Esmeriz)
Camilo Pereira de Sá – Soldado (Calendário)
Cândido Domingos de Azevedo – Soldado (Fradelos)
Carlos Gomes de Faria – Corneteiro (Cavalões)
Carlos Oliveira – Sargento (?)
Carlos Rodrigues – 1.º Cabo (Vila Nova de Famalicão)
Casimiro da Cruz – Soldado
Constantino Gonçalves dos Santos – Soldado
Daniel Gomes Barbosa – Soldado (Lemenhe)
David Gomes Maciel – 2.º Cabo
Delfim da Costa Rodrigues – Soldado (Lousado)
Delfim Pereira Amado – Soldado
Domingos da Cunha Brandão – Soldado (Oliveira Santa Maria)
Domingos Ferreira da Silva – Soldado (Sezures)
Domingos José de Campos – Soldado (Louro)
Domingos Martins Lopes – Soldado (Nine)
Domingos da Silva Estevão – Soldado (?)
Eduardo Joaquim da Silva – 2.º Sargento (Vila Nova de Famalicão)
Ernesto Moreira – Soldado
Euclides Ribeiro Gomes de Barros – Capitão (Vila Nova de Famalicão)
Félix Ferreira Soares – Soldado (Vale S. Cosme)
Fernando Ferreira da Cruz – 2.º Sargento (Calendário)
Fonseca – Guarda-Marinha
França Barbosa Júnior – Soldado (Requião)
Francisco Alves da Costa – Soldado (S. Migue de Seide)
Francisco Alves da Silva – Soldado (Calendário)
Francisco Azevedo – Soldado (Oliveira Santa Maria)
Francisco de Azevedo – Soldado (S. Miguel de Seide)
Francisco F. Barbosa – Soldado
Francisco Ferreira Barbosa – Soldado (Esmeriz)
Francisco Ferreira Teles (Lemenhe)
Francisco José Vieira Monteiro – 2.º Cabo (Calendário)
Francisco Martins Lopes – Soldado (Vermoim)
Francisco Moreira – Soldado (Calendário)
Francisco Pinto Carneiro – Soldado (S. Paio de Seide)
Francisco Rodrigues (Jesufrei)
Guilherme dos Anjos Lopes – Soldado (Louro)
Guilherme Ferreira de Magalhães – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Henrique Garcia – Sargento Miliciano (Vila Nova de Famalicão)
Henrique Ventura – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Higino da Costa Pereira da Cruz – Soldado (Ribeirão)
Horácio Gomes da Silva – Soldado (Cruz, Santiago da)
Jaime da Costa Dias – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
Jerónimo Ferreira – Soldado (Riba d`Ave)
Jerónimo Ferreira de Carvalho – Soldado (Pousada de Saramagos)
João da Costa – Soldado (Louro)
João Ferreira – Soldado (Ruivães)
João Ferreira – 1.º Sargento
João Pereira Marques – Soldado (Joane)
João Pereira de Matos – 1.º Sargento, Alferes (Lousado)
João da Silva Pinto – Soldado
João Simões Pereira – 1.º Cabo Enfermeiro
Joaquim de Aguiar Pimenta Carneiro – Auditor Privativo da 1.ª Divisão Mobilizada. Oficial. Major Graduado (Vermoim)
Joaquim Alves Carneiro – Soldado (Requião)
Joaquim Alves Correia de Araújo – Médico-Capitão (Requião)
Joaquim Alves de Pinho – Soldado (Antas, Santiago de)
Joaquim de Azevedo – 2.º Sargento (Castelões)
Joaquim de Carvalho Ferreira – Soldado (Brufe)
Joaquim Correia de Faria – Capitão
Joaquim da Costa – 2.º Sargento (Oliveira Santa Maria)
Joaquim da Costa Carneiro – Terceiro Oficial da Secretaria da Guerra. Graduação Alferes (Fradelos)
Joaquim Faria da Cunha – Soldado (Joane)
Joaquim Ferreira do Couto – 1.º Cabo (Ribeirão)
Joaquim Ferreira Simões (Joane)
Joaquim Gomes Morais – Soldado (S. Cosme do Vale)
Joaquim Marques de Oliveira (Vermoim)
Joaquim Monteiro de Azevedo – Soldado (Vermoim)
Joaquim Monteiro da Costa (Lousado)
Joaquim Moreira da Costa – Soldado (Lousado)
Joaquim Pereira Lobo – Soldado (Mogege)
Joaquim Pereira Simões – Soldado
Joaquim Ribeiro – Soldado (Castelões)
Joaquim da Silva – Soldado (Castelões)
Joaquim da Silva Oliveira – Soldado (Ribeirão)
Joaquim Ribeiro – Soldado
Joaquim da Silva Pimenta – 2.º Sargento (Vila Nova de Famalicão)
Joaquim de Sousa – Soldado (S. Paio de Seide)
Joaquim de Sousa Lobo – Soldado (Oliveira Santa Maria)
José António do Forno – Soldado (Fradelos)
José António Martins – Soldado (Vilarinho)
José António da Silva – Soldado (Fradelos)
José Baptista Rodrigues (Requião)
José de Barros – Soldado (Joane)
José Carvalhal da Silva – Soldado (Vila Nova de Famalicão)
José da Costa Rodrigues de Carvalho – Soldado (Calendário)
José Dias Veiga – Soldado (Ruivães)
José Fernandes – Soldado (Oliveira Santa Maria)
José Ferreira – Soldado (Castelões)
José Ferreira de Lima – 1.º Cabo (Calendário)
José Ferreira da Silva – Soldado
José Ferreira Tavares – Soldado (Calendário)
José Gomes de Carvalho – Soldado
José Gomes de Queiroz – Soldado (Nine)
José Hermínio Barbosa – Alferes
José Inácio de Magalhães – Soldado (Pousada de Saramagos)
José Lopes da Fonseca – Soldado (Ruivães)
José Maria Ferreira – Soldado
José Maria Moreira – Capitão (Vale S. Martinho)
José Martins – Soldado (Vila Nova de Famalicão, Santo Adrião)
José Martins Ribeiro – Soldado
José de Oliveira e Silva – Soldado (Vilarinho)
José Ribeiro Barbosa (1887-1930) – Capitão (Joane)
José Rodrigues – Soldado
José da Silva Borralho – Soldado (Joane)
José da Silva Torres – Soldado (Fradelos)
José de Sousa Carneiro – Soldado (Lousado)
José de Sousa Soares – Soldado (Lousado)
José Tinoco de Carvalho – Soldado (Cabeçudos)
Júlio Mendes – Soldado (Vermoim)
Justino Duarte Fernandes (Oliveira St.ª Maria)
Leandro Ferreira – Soldado (Vermoim)
Leopoldo Ferreira de Sousa – Soldado (Requião)
Lino Alves de Pinho – Soldado (Louro)
Luís de Menezes – Major (Vila Nova de Famalicão)
Luís Moreira – Soldado (Calendário)
Manuel Alves da Silva – Soldado
Mamede Dias da Cruz – Soldado (Ribeirão)
Manuel Correia Guimarães – Soldado (Ribeirão)
Manuel da Costa Azevedo – Soldado (Ribeirão)
Manuel da Costa Gomes – Soldado
Manuel da Costa Reis – Soldado (Ribeirão)
Manuel Dias da Cruz – Soldado
Manuel Dias Moreira – Soldado (Ribeirão)
Manuel Dias Moreira – Soldado
Manuel Folhadela Guimarães – Sargento (Vila Nova de Famalicão)
Manuel Gomes Pinto – Soldado (Vale S. Cosme)
Manuel Gonçalves da Costa – Soldado (Lousado)
Manuel Gonçalves da Costa Pacheco – Tenente de Infantaria (Louro)
Manuel Gonçalves do Couto – Soldado
Manuel Gonçalves dos Santos – Soldado
Manuel Gonçalves de Sousa – Soldado (Fradelos)
Manuel J. da Silva – Soldado
Manuel José Araújo – Soldado
Manuel José Rebelo – Capitão (Lousado)
Manuel José Vieira – 1.º Cabo (Vila Nova de Famalicão)
Manuel Leite Correia – 1.º Cabo (Joane)
Manuel Monteiro – Soldado (Carreira)
Manuel Monteiro – Soldado (Landim)
Manuel Nascimento Dias da Costa – Sargento (Ruivães)
Manuel Pereira – Soldado (?)
Manuel de Oliveira – Soldado
Manuel Rodrigues Carvalho – Alferes-Miliciano, Tenente (Vila Nova de Famalicão)
Manuel da Silva – 2.º Cabo (Vila Nova de Famalicão)
Manuel da Silva Brandão – Soldado (Gavião)
Manuel da Silva Pinto – Soldado (Vilarinho)
Manuel de Sousa – Soldado (Vale S. Cosme)
Manuel Veloso de Araújo – Soldado (Calendário)
Margarido Pacheco – Oficial Miliciano
Mário de Araújo – Soldado (Esmeriz)
Miguel Rodrigues Afonso – Soldado (Gondifelos)
Narciso de Abreu – Soldado (Carreira)
Nelson Couto Pinto de Azevedo – 1.º Cabo (Antas, S. Tiago de )
Raúl Pereira Rodrigues – Soldado (Riba d`Ave)
Salvador Jorge Raimundo – Soldado
Urbano da Costa Dias – Soldado (Lousado)
Valdemar Cardoso – Soldado (Gavião)
Ventura Martins da Silva – Soldado (Fradelos)
Zacarias Carneiro Soares – Soldado (Pousada de Saramagos)
Zeferino de Carvalho – Soldado (Oliveira Santa Maria)
Zeferino Ribeiro – Soldado (Mogege)
Zeferino Rodrigues do Couto Veloso – Soldado (Vilarinho)