Para o dr. Manuel Sá Marques, cujo texto que aqui se republica é, assim o julgo, de Manuel Pinto de Sousa, então proprietário, editor e director do jornal famalicense "Estrela do Minho", a propósito da Cruzada das Mulheres Portuguesas, contrariando assim a tese de alguns historiadores, para os quais a imprensa da província estava longe do que se passava a nível nacional.
Elzira Dantas Machado
"A partir de 1916, a mobilização feminina passou pela Cruzada das Mulheres Portuguesas..., tendo Ana de Castro Osório e Elzira Dantas Machado como dirigentes comuns. Fundada em Março, no mês da declaração de guerra da Alemanha a Portugal, era presidida pela esposa do Presidente da República; teve implantação nacional; reuniu mulheres de ministros e ex-ministros; dispòs, entre 1916 e 1918, de dezenas de subcomissões locais, desde Águeda a Vila Viçosa; e organizou-se em oito Comissões Centrais - Administrativa, Propaganda e Organização de Trabalho, Assistência às mulheres e mães dos mobilizados, Hospitalar, Enfermagem e criação dos cursos de enfermeiras laicas e profissionais, Assistência aos militares mobilizados, Assistência infantil, Angariadora de donativos - , cada uma com a sua presidente e vida autónoma na propaganda e no trabalho. Em pouco tempo, implementou o Instituto de Reeducação dos Mutilados de Guerra (Arroios); criou duas creches (em Alcântara e Xabregas) e Casas de Trabalho; fundou a Escola Profissional n.º 1, em Lisboa, no Campo de Santa Clara, inaugurada pelo Presidente da República em 28 de Novembro de 1917; fez propaganda das escolas profissionais e agrícolas femininas; abriu a Escola Agrícola Feminina de Alcobaça; promoveu a assistência aos afilhados de guerra, repatriados e famílias; e proporcionou formação profissional a enfermeiras de guerra. Durante o Sidonismo, porque era presidida pela esposa do Presidente deposto, sofreu perseguições e tornou-se num símbolo da oposição feminina às suas orientações políticas."
João Esteves, Mulheres e Republicanismo
Apertado abraço de gratidão!
ResponderEliminarDe muito interesse; vou colocar no meu blogue.
Estamos à espera da vossa vinda!
Um beijo para a Cândida e mais outro abraço para o Amadeu, do vosso
Manuel Sá Marques