quarta-feira, 14 de setembro de 2011

sinais de fogo, jorge de sena

Na próxima Sexta-Feira, mais propriamente no dia 16 de Setembro, a Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, no seu auditório, vai apresentar mais um CineLiterário. Desta vez, o filme que vai ser exibido é "Sinais de Fogo", do livro de Jorge de Sena, e que Luís Filipe Rocha transpôs para o cinema, em 1995. Conforme dele, do livro, nos diz Mécia de Sena, na edição que possuo do Círculo de Leitores, de 1988, é que se "trata de uma história dentro da história": se a primeira se encontra na representação do humano, as paixões desenfreadas, ao mesmo tempo com as lutas e as intrigas políticas, num segundo momento deparamo-nos com a história do presente ficcional de "Sinais de Fogo"  o Estado Novo e o início da Guerra Civil Espanhola, marcando a personalidade dos personagens, que se encontravam então na passagem da adolescência para a idade adulta.


"Olha lá, tu conheces a nossa literatura?
- Qual literatura?
- A nossa. os livros proibidos.
Eu sabia que havia censura dos jornais. Neles mesmos vinha escrito: «visado pela Comissão de Censura». O amigo de um tio meu, o tio do telegrama ao Governo, e que costumava jogar «bridge» com ele todas as semanas, um major, pertencia a essa comissão. Mas de livros proibidos eu menos ouvira falar, a não ser daqueles indecentes, muito mal impressos, e que circulavam às escondidas no liceu.
- Que livros?
- Eu empresto-te, e logo vês.
- Como é que os livros são proibidos?
- Estão proibidos. Ninguém pode vendê-los, mesmo estrangeiros. E se a Polícia apanha alguém com eles...
- Que faz?
Que faz?... Hum!... Mas tu não sabes nada! Que tens andado a fazer este tempo todo?
- Eu?
- Sim, tu." (135)

Jorge de Sena


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