quarta-feira, 7 de março de 2012

do amor

para a cândida, assim, amorosamente



e o mundo assim
                 andando vai
[colorido]
            em nós
no seu tempo
amorosamente
paraíso
entre o sonho e a realidade
e a vida temos
o quê
amor



segunda-feira, 5 de março de 2012

o estranho caso de benjamin button

para além das aparências e preconceitos sociais, temos um fitzgerald no seu melhor, como um grande contador de histórias. da informação na contra-capa, podemos ler que o conto em questão nasceu de uma obervação de mark twain, em que este lamentava que a melhor parte da vida fosse no início e a pior no fim. para além disto, este livro e este filme, talvez o melhor de brad pitt enquanto actor, quer o livro e o filme fazem-me lembrar santo agostinho quando ele questiona sobre o que poderá ser o tempo. diz-nos ele: "se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação que, se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agira nada soubesse, não existia o tempo presente." mas a questão não fica por aqui e continua com a seguinte questão: "de que modo existem aqueles dois tempos - o passado e o futuro -, se o passado já não existe e o futuro ainda não veio?" eis a resposta do nosso percursor filófoso católico da existência: "quanto ao presente, se fosse presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo mas eternidade. mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? para que digamos que o tempo verdadeiramente existe, porque tende a não ser?" a esta ques~tão, agostinho diferencia o tempo longo e o tempo breve. mas mesmo estes dois tempos têm a seguinte problemática: como pode ser breve ou longo o que não existe? a resposta é a seguinte: "o passado já não existe e o futuro ainda não existe" porque não dizemos é «longo», mas dizemos do passado «foi longo» e do futuro «será longo». benjamin button é a personificação daquilo que é longo, enquanto nascimento precoce do fim, e «será longo» pela vida que percorre, até ao nascimento estabelecido para um novo ressurgimento.



sábado, 3 de março de 2012

filosóficas viagens

Com a leitura ainda a decorrer de "Cólera e Tempo" e da "Crítica da Razão Cínica", esta viagem filosófica desde Platão até Foucault evidencia, segundo Sloterdijk, "um agregado com sentido", o qual nos mostra uma "galeria de estudos de carácter e retratos intelectuais", fazendo-nos viajar por vários focos de pensamento, os seus ideais e o seus sonhos, tal como o de Platão, a primeira viagem filosófica: ""Com o seu distinto optimismo cognitivo e a sua ética da vida consciente, o platonismo foi como que o super ego do racionalismo europeu que se estendeu ao mundo. Ainda que a busca generosa de Platão pela vida boa na comunidade boa parecesse desde o início ligada ao defeito de ser mera utopia, deu, no entanto, a medida e a direcção para as mais elevadas pretensões do desejo filosófico: a amizade com a verdade compreendia-se como verdade pela paz da cidade e do mundo, e como empenhamento pela sua refundação contínua a partir do espírito do conhecimento de si." A perspectiva de Nietzsche do filósofo  como médico da cultura, segundo o autor deste breviário filosófico, já se encontra em Platão, mas perpassa ao longo das perspectivas filosóficas que escolheu: Aristóteles, Santo Agostinho, Giordano Bruno, Descartes, Pascal, Leibniz, Kant, Fichte, Hegel, Schelling, Schopenhauer, Kierkegaard, Marx, Nietzsche, Husserl, Wittgenstein, Sartre e Foucault. Estamos perante uma nova perspectiva filosófica.

quinta-feira, 1 de março de 2012

a república entre a política, a literatura e a cultura

"Este livro assinala o último encontro dos participantes no ciclo da Tertúlia LETRAS COM(N)VIDA de que assume o título: Do Ultimato à(s) República(s): Variações literárias e culturais. A coordenação do ciclo e da obra consagra uma parceria entre o CLEPUL e a Universidade Aberta amplamente anunciada e participada."

"... a Tertúlia LETRAS COM(N) VIDA foi conquistando companheiros de percurso, dezenas de instituições culturais, científicas e académicas, que vão assumindo a coordenação de ciclos temáticos como este. Corresponde a uma estratégia de política científica de abertura da investigação científica à comunidade, divulgando e debatendo a reflexão científica neles desenvolvida, convidando outros a fazê-lo e alargando o debate tanto quanto possível ao grande público. Mas corresponde também à paixão de conversar sobre temas transversais à cultura, porquanto é a vertente mais convivial, informal e flexível de um movimento de reavaliação e de revitalização da vida cultural e científica nacionais..."

Annabela Rita, Dionísio Vila Maior


  • Amadeu Carvalho Homem - "Linhas de Clivagem do Ultimato Inglês"
  • Alexina Vila-Maior - "História e o seu ensino nos liceus, desde 1868 aos primeiros anos da República"
  • Amadeu Prado de Lacerda - "António José de Almeida, o Médico Presidente ou o Tempo e o Modo"
  • Annabela Rita - "Retrato nacional da Monarquia à República"
  • António de Macedo - "Indícios de Sá-Carneiro: uma época entre o fogo e o ouro"
  • António Moniz - "A República Portuguesa: os sonhos e as lutas, as propostas e as desilusões"
  • Augusto Montinho Borges - "Médicos e a República: Os Médicos e suas ca(u)sas"
  • Carlos Leone - "A República: deslocação criativa em curso"
  • Dionísio Vila Maior - "Do Ultimato ao Ultimatum: a vitalidade nacional"
  • Ernesto Castro Leal - "Sampaio (Bruno) e a República do 31 de Janeiro de 1891"
  • Ernesto Rodrigues - "A literatura e o jornalismo na vitória da República"
  • Fernando Cristóvão - "Um poeta lírico, panfletário por uma República falhada [Gomes Leal]"
  • Glória Bastos, Ana Isabel Vasconcelos - "O teatro às portas da República: entre a continuidade e a renovação"
  • João Caetano - "O lugar da República, em Portugal, entre o séc. XIX e o séc. XXI"
  • João Maurício Barreiro Bráz - "1890-1910: a eficácia republicana e o Ultimatum - aparentes sucessos e fracassos"
  • Joaquim Miguel Patrício - "Portugal : entre a Europa e o Atlântico e num mundo global"
  • José Eduardo Franco - "Jesuítas no foco  da propaganda:  a solução republicana e a exorcização da decadência"
  • Luís Machado de Abreu - "O anticlericalismo de relance"
  • Maria de Jesus Reis Cabral - "O fim de António Patrício: O Revés da História no Tecido do Drama"
  • Maria Isabel Móran  Cabanas - "Projecções do Ultimato na Galiza: análise de textos e contextos"
  • Maria José Craveiro - "Para que servem os poetas em tempo de indigência" revolucionária? a perspectiva de Teixeira de Pascoaes"
  • Paulo Alexandre Loução - "Sampaio Bruno, a Ideia de República e o Novo Paradigma Científico Espiritual"
  • Rosa Maria Sequeira - "O Sentimento dum Ocidental a contracorrente da utopia cultural nas comemorações do Tricentenário da morte de Camões"
  • Rui Sousa - "Fialho de Almeida e o Portugal de entre 1890-1910:  enquadramentos de um olhar crítico contemporâneo"
  • Simion Doru Cristea - " O rei sou eu, viva a República!"
  • Teresa Nunes - "Do Ultimatum à República: tendências políticas e económicas dominantes entre 1890 a 1910"

temas de hoje, temas de sempre


A Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática vai publicar e apresentar brevemente em Braga (uma série de apresentações se seguirão de norte a sul do país) o seu primeiro livro sob a coordenação de Eugénio de Oliveira (Presidente da Direcção Nacional da mesma associação), com o título "Temas de Hoje, Temas de Sempre". A obra reúne um conjunto de textos proferidos em comunicações, palestras e conferências, caso dos Filo-Cafés ou do I Congresso Nacional. Apresenta três capítulos, a saber: I - Educação, II - Ética, III - Filosofia Prática, abrangendo assuntos como, por exemplo, a eutanásia, a ética política, a ética animal, a sexualidade, a educação, filosofia para crianças, filosofia com humor ou consultodoria filosófica. Terá textos de José Rui Costa Pinto, Eugénio Oliveira, José Barrientos Rastrojo, Joana Sousa, Amadeu Gonçalves, Miguel Coimbra, Carlos Teixeira, Anselmo Freitas, entre outros.