quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

rocha peixoto no museu bernardino machado


No âmbito das comemorações do Primeiro Centenário da Morte de Rocha Peixoto (1909-2009), a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e a Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, levaram a efeito uma série de actividades, entre a quais a “Exposição Documental sobre Rocha Peixoto”.
Constituída por 24 painéis, a exposição apresenta as principais facetas de Rocha Peixoto ao longo da sua vida profissional: as suas origens e a sua relação com a Póvoa de Varzim, de onde era natural; o seu trabalho como naturalista da Academia Politécnica do Porto; o bibliotecário da Biblioteca Pública Municipal do Porto; o conservador do Museu Municipal do Porto e o redactor da revista “Portugália”, o projecto editorial e científico que confirmaria Rocha Peixoto como um dos investigadores de reconhecido mérito no campo da etnografia nos meios culturais da época. Esta exposição vai estar patente no Museu Bernardino Machado entre 1 de Fevereiro até ao dia 30 de Março do corrente ano, sendo a entrada livre.
Nada como recordar, a este propósito, as relações de Rocha Peixoto com V. N. de Famalicão, que foram as mais profícuas com o meio intelectual da época. Assim sendo, realça-se, em primeiro lugar, com Camilo Castelo Branco (que este ano se comemora os 150 anos do “Amor de Perdição”), com o qual, numa fase inicial turbulenta e polémica, seria Camilo, mais tarde, o ídolo de Rocha Peixoto; com Alberto Sampaio (um dos colaboradores da revista “Portugália”); escreveu, Rocha Peixoto, uma série de artigos para a revista famalicense “Nova Alvorada” e manteve também relações de amizade com Júlio Brandão, igualmente, como ele, conservador do Museu Municipal do Porto. Aliás, Júlio Brandão, nas suas “Galerias de Sombras”, diz-nos que, por um lado, Rocha Peixoto não só pertence “ao número dos que caíram inesperadamente em plena febre de trabalho, já aureolados de glória – daquela glória que conquistara com um enorme talento a alumiar-lhe o estremo labor de mineiro à cata de filões de oiro”, como igualmente a vida de Rocha Peixoto “foi um exemplo magnífico de génio construtivo, numa época de demolição.”
Por seu turno, Artur Sá da Costa, em “A Tertúlia do Ave”, salienta não só as relações de amizade, como também as intelectuais, entre Alberto Sampaio e Rocha Peixoto, ambos colaborando mutuamente nos seus respectivos estudos. É o caso de Rocha Peixoto, em correspondência enviada para Alberto Sampaio (que se encontram no Arquivo Histórico em V. N. de Famalicão), prestando ao amigo informações toponómicas sobre a Póvoa de Varzim, nomeadamente A Ver-o-Mar.
Sobre Rocha Peixoto (1866-1909), etnógrafo, arqueólogo e bibliotecário, nada como uma viagem ao site http://www.cm-pvarzim.pt/biblioteca/site_rocha_peixoto no qual se visualizam imensos conteúdos digitalizados, desde a bibliografia activa e passiva, passando pela biblioteca particular do ilustre etnógrafo da Póvoa de Varzim.

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