terça-feira, 18 de outubro de 2011

espinosa e o amor


para a cândida, afectuosamente

"quando amamos, e somos amados, trememos."

O Livro dos Saberes Práticos



"O amor é a alegria acompanhada da ideia de uma causa exterior.

EXPLICAÇÃO
Esta definição explica de maneira suficientemente clara a essência do amor. Ao contrário. a dos autores que definem o amor a vontade do amante de se unir à coisa amada não exprime a essência do amor, mas uma propriedade deste. / Como a essência do amor não foi bem percebida por esses autores, daí resulta que também não puderam fazer um conceito claro das suas propriedades; o que fez com que todos julgassem a sua definição extremamente obscura. Deve observar-se, todavia, que, quando digo que essa propriedade consiste na vontade do amante de se unir à coisa amada, não entendo por vontade um consentimento ou deliebração da Alma, isto é, uma decisão livre..., nem mesmo o desejo de se unir à coisa amada quando ela está ausente, ou de permanecer na sua presença quando ela está presente. Com efeito, o amor pode conceber-se sem nenhum desse desejos; mas, por vontade, entendo o contentamento íntimo que se produz no amante por causa da presença da coisa [ser humano, pessoa*] amada, contentamento pelo qual a alegria do amante é fortificada ou ao menos alimentada."

Espinosa

* palavras minhas.

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