domingo, 23 de outubro de 2011

a maçonaria feminina portuguesa




O Prof. Norberto Cunha, coordenador científico do Museu Bernardino Machado e em representação do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão Dr. Paulo Cunha, na apresentação do Prof. António Ventura, afirmou que este tem trabalhos inovadores no âmbito da República, publicando uma série deles só em 2010, devido, precisamente, às fontes que investiga.
Realizando no início da sua conferência uma perspectiva histórica perante a inclusão ou não das mulheres na Maçonaria, na qual os seus membros masculinos deveriam ser homens de bem, de boa reputação, leais, nascidos livres e não escravos, com a exclusão das mulheres, já que estas criariam perturbações de várias ordem aos elementos masculinos.
Em Portugal (temos a escassez de fontes originárias), surge a primeira loja de adopção em 1864, com 19 obreiras, não se sabendo a loja à qual pertenciam. Mas em 1886 sabe-se que a Loja Filipa de Vilhena se encontra adoptada pela Loja Restauração de Portugal, esta fundada em 1863. Se, entretanto, surgem dissensões no Grande Oriente Lusitano, se este seria, surgindo a polémica, uma federação dos ritos ou de federação de lojas, surge a Grande Loja dos Maçons Antigos Livres de Portugal, saindo do Grande Oriente Lusitano pelo menos 15 lojas, e o Grande Oriente Lusitano Unido, este fundado em 1889. No primeiro caso, a Loja de Portugal integra-se na primeira loja, sendo esta que protegia a da Filipa de Vilhena (então constituída por 12 obreiras).


o Prof. António Ventura, o conferencista convidado, e o Prof. Norberto Cunha, coordenador científico do Museu Bernardino Machado, no momento da apresentação do convidado


Em 1904, com o movimento republicano português a implantar-se na sociedade portuguesa, a maçonaria portuguesa aparece com um papel independente face à maçonaria francesa. Surgem duas lojas femininas: a Loja Humanidade (estando à frente Ana de Castro Osório), adoptada pela Loja Fernandes Tomás da Figueira da Foz, e a Loja 8 de Dezembro. Em 1913, já em plena República, surgiu o inquérito de Ana de Castro Osório, no qual se questionava a presença ou não das mulheres na Maçonaria. Entre as várias opiniões que o Prof. António Ventura citou (Afonso Costa, António José de Almeida, Magalhães Lima ou José Mata), cita-se a do Maçon José Pinheiro de Melo, o qual era “contra a promiscuidade dos sexos” na instituição maçónica. Em 1915 surge a Loja Carolina Ângela, tendo novas características: não estava dependente de uma loja masculina, e, uma outra, é a de obediência mista. Integrando-se mais tarde na Loja Humanidade, surgiu nos anos 20 na Loja dos Direitos Humanos de Paris, de obediência universal e não nacional. Será com Adelaide cadete que a Loja Humanidade sai do Grande Oriente Lusitano Unido e muitas lojas masculinas solidarizam-se com a própria loja, cerca de metade.



O Prof. António Ventura, na sua conferência

Em conclusão, o Prof. António Ventura salientou que as lojas femininas portuguesas não praticam o ritmo de adopção e, por outro lado, para os historiadores surge a falta de documentação para o aprofundamento dos estudos históricos da maçonaria feminina em Portugal.


um aspecto da assistência

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