sexta-feira, 15 de agosto de 2014

"O Cigarro do Soldado" 1915



Com a actuação e a visita do Orfeão Povoense, em 15 de Abril, a comunidade famalicense vai unir-se na primeira festa cívica e cultural de benemerência para os soldados portugueses em África, na qual então participaram os alunos das escolas oficiais de Famalicão, com um Orfeão Infantil, sob a direcção de Adolfo Lima e com três comédias: “A Sementeira”, “A Primavera” e “A Desfolhada”. A 28 de Março os famalicenses leram a seguinte notícia no jornal "Estrela do Minho": “Estão adiantados os trabalhos para a realização desta festa que deve causar entusiasmo, não só pelo fim altruísta a que se destina, mas também porque o programa é quase todo desempenhado por crianças. / Haverá números cantados pelos mesmos minúsculos actores e ainda outros números de sensação que oportunamente serão anunciados.” Com este programa a causar expectativa, os famalicenses saberão que a Banda dos Bombeiros Voluntários irá participar no acontecimento e que as receitas do sarau cultural e artístico que metade será entregue “ao Grupo Patriótico de Senhoras Lisbonenses” e a outra “à subscrição aberta em favor do Cigarro do Soldado”. O altruísmo dos famalicenses e como decorreu a mesma festa, sabem-no em 23 de Maio, numa notícia transcrita da “Ilustração Nacional”, do Porto, nos seguintes termos: “Foi uma festa brilhantíssima ultimamente realizada no Salão Olímpia de Vila Nova de Famalicão e cujo produto se destina aos nossos soldados em África. / A Comissão composta por distintíssimos cavalheiros daquela Vila cujos retratos damos, viu coroada do mais completo êxito os seus esforços. / O orador da festa foi o sr. Amadeu Mesquita, que falou com subido entusiasmo sobre o valor dos nossos soldados em heroísmo da raça portuguesa. / O orfeão infantil houve-se à maravilha, sob a direcção habilíssima do sr. Adolfo Lima. / Brilhantes foram também os trechos que a ilustre pianista e professora sr.ª D. Ester Brandão executou com notável mestria e sentimento, uma vez mais confirmando os seus méritos, ainda há pouco tão aplaudidos num concerto notável, realizado naquela Vila. Uma linda festa, enfim, a cuja intenção a “Ilustração Nacional” presta a sua homenagem.” Regista-se que a referida comissão de cavalheiros era constituída por Francisco Maria de Oliveira e Silva, José Robalo Ferreira, Adolfo Lima, Alípio Augusto Guimarães e Amadeu Mesquita.

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