terça-feira, 8 de maio de 2012

bernardino machado e o titanic


Entre 20 e 26 de Abril de 1912 o jornal "O Mundo" fazia reportagens sobre o desastre do transatlântico "Titanic"; mas já antes, Bernardino Machado, senador da República portuguesa, na sessão n.º 70, a 17 de Abril, propunha (talvez a única voz) "um voto de sentimento", pelo trágico acidente de 14, nos seguintes termos: "Aproveito o ensejo de estar com a palavra para propor á Câmara que seja aprovado um voto de sentimento pela catástrofe que acaba de dar-se e que comoveu o coração de todos os povos. / Refiro-me ao naufrágio do grande transatlântico Titanic."
 Coloco aqui algumas das fotografias que o jornal "O Mundo", então publicadas no "Excelsior", reproduzia, para memória histórica de acontecimento tão funesto. Mas da história tira-se sempre liçoes, e se do filme, ficção ou não, se retira, por um lado, a perspectiva do humano enquanto construtor de metáforas para sua glória, sendo esta metáfora, neste nosso caso, a da grandiosidade pela técnica, tal qual Wells na sua máquina do tempo, ou na do Dr. Moreau, pela criação do humano que se transforma em monstro, por outro lado, na ficção cinematográfico, depara-se, na tragédia, com aquilo que do pior o humano tem: a indiferença por aquilo que é verdadeiramente humano, qualificando-se esta mesma indiferença não só no "ser", mas no ter. Eis o problema de todos os tempos, assim colocado na sua simplificação. Para o dr. Manuel Sá Marques, tendo sido o seu avô Bernardino Machado que edificou a tragédia na glorificação ontológica no Senado português, e uma das únicas vozes, nas suas simples palavras que se transcreveu, com o meu abraço de amizade fraterna









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