Inaugurada a 7 de Agosto, encontra-se no Museu Bernardino Machado (V. N. de Famalicão) a exposição com o título “Bernardino Machado: Centenário da Primeira Presidência”, aberta ao público até ao próximo dia 21 de Setembro de 2015. Eleito a 6 de Agosto de 1915, verificando-se a tomada de posse a 5 de Outubro do mesmo ano, no âmbito do V Aniversário da Implantação da República em Portugal, a exposição “Bernardino Machado: Centenário da Primeira Presidência” é composta por recortes de imprensa, bilhetes-postais, fotografias e de manuscritos de Bernardino Machado. Esta documentação, do espólio particular de Bernardino Machado, à guarda do Museu e do Município de V. N. de Famalicão, compreende a eleição e o acto presidencial, a tomada de posse, as actividades oficiais, as problemáticas da censura à imprensa e a pena de morte, a viagem presidencial, o sidonismo e a nova situação política nacional, a partida de Bernardino Machado para o I Exílio na Estação da Trindade e, finalmente, a referência à discussão no Congresso da República a propósito da renúncia presidencial. Se, num primeiro plano, entre o acto eleitoral e a tomada de posse, numa viagem temporal e numa conjugação estética entre a fotografia e os recortes de imprensa, o viajante à exposição irá encontrar jornais de âmbito local, nacional e internacional, de vários quadrantes políticos; num segundo plano, por seu turno, surge igualmente uma viagem perante as actividades oficiais de Bernardino Machado, enquanto Presidente da República. Nestes casos, temos jornais como “O Povo” (Abrantes), “A Evolução” (Vila Real), “O Liberal” (Castelo Branco), “A Voz da Justiça” (Figueira da Foz), “Estrela do Minho” (V. N. de Famalicão), “República”, “Gazeta da Tarde, “A Época”, “A Folha de Lisboa”, “A Ilustração Portuguesa”, “O Século”, “O Radical”, “A Luta”, entre outros. Num plano internacional, o viajante encontra periódicos como “La Razón”, “Jornal do Brasil”, “The Times”, “O País”, “El Diário”, “El Tiempo”, “El Liberal”, “Ecos do Sul”, “Le Matín”, “Jornal do Recife”, “The African World”, “El Nuevo Diário, “O Imparcial”, “Nuevo Mundo”, abarcando praticamente todos os continentes. Das actividades oficiais de Bernardino Machado destacam-se, poderiam ser outras, a sua presença no lançamento da primeira pedra ao Monumento do Marquês de Pombal; a visita à exposição pedagógica da Escola Oficina n.º 1; à exposição bibliográfica na Biblioteca da Academia das Ciências; à exposição de roupas e agasalhos organizada pelo jornal “O Século”, para serem enviadas aos soldados portugueses; na presença do acto oficial da primeira pedra do Casino do Estoril; a visita à exposição de Sousa Pinto, assim como à de Higino Mendonça, no Salão da Ilustração Portuguesa; a visita à Direcção-Geral dos Trabalhos Geodésicos e Topográficos; à 13.ª exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes; à exposição de frutas de Moreira da Silva & Filhos, no Salão da “Ilustração Portuguesa”; no lançamento da primeira pedra, em Cascais, do regimento de Infantaria 19; a presença no Quartel dos Marinheiros, na cerimónia do juramento da Bandeira, perante 400 voluntários da Armada; a visita à Fábrica de Pólvora, em Chelas, ou a sua presença no acto fundacional da Cruzada das Mulheres Portuguesas, no Palácio de Belém, em 27 de Março de 1916, tendo sido eleita presidente por unanimidade Elzira Dantas Machado, segundo o recorte do “Diário de Notícias”, de 28 de Março do mesmo ano. Uma carta de Bernardino Machado para Afonso Costa, a propósito da aquisição dos navios alemães (com a data de 7 de Março de 1916), entre outros documentos manuscritos e dactilografados (estes com correcções), com referência à censura da imprensa e à pena de morte (temas fracturantes da presidência bernardiniana, assim como situações de crise político-social), assim como folhas volantes e recortes de imprensa, serão outros momentos que o viajante da exposição poderá apreciar e reviver numa documentação única e original.
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