Denominadas
”Afluentes Ibero-Afro-Americanos de Arte e Pensamento”, as “Raias Poéticas”,
que tem a curadoria do famalicense Luís Serguilha, criador da estética do
Laharsismo, poeta, ensaísta e crítico contemporâneo, suportam a cultura sem
fronteiras, entre a tradição e a modernidade, no caso paradigmático de Vila
Nova de Famalicão. Se as “Raias Poéticas” têm como objectivo principal a
projecção de Vila Nova de Famalicão como rota do pensamento e da arte
ibero-afro-americanas, numa perspectiva arqueológica da cultura famalicense
(exceptuando a lusofonia, agora em realidade sintomática), as relações
culturais ibero e americanas foram já uma realidade. Se em finais do século XIX
e nos princípios do século XX a revista cultural e literária famalicense “Nova
Alvorada”, para além dos propósitos republicanos, projectou o nome de Vila Nova
de Famalicão na vizinha Espanha, assim como na Europa, em particular com a
Itália, nas relações culturais, o “Soneto Neo-Latino”, com o sub-título
“florilégio de sonetos inéditos das línguas latinas e suas afins”, marcará,
indiscutivelmente, com a Europa (Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal e a
Roménia) e com alguns países americanos (caso da Argentina, do México e do
Brasil), a relação cultural linguística e poética entre a Europa e o continente
sul-americano, estando Vila Nova de Famalicão nessa projecção. Mais
recentemente entre nós, com a “Portuguesia” (2010 e 2011), sendo então
curadores Wilmar Silva e Luís Serguilha, este último desde 2012 que arranca com
as “Raias Poéticas” para uma reflexão do mundo contemporâneo entre três
realidades culturais completamente díspares entre si, mas que se complementam
num único discurso: a aproximação cultural.
Sem comentários:
Enviar um comentário