domingo, 5 de outubro de 2014

RAIAS POÉTICAS III



Denominadas ”Afluentes Ibero-Afro-Americanos de Arte e Pensamento”, as “Raias Poéticas”, que tem a curadoria do famalicense Luís Serguilha, criador da estética do Laharsismo, poeta, ensaísta e crítico contemporâneo, suportam a cultura sem fronteiras, entre a tradição e a modernidade, no caso paradigmático de Vila Nova de Famalicão. Se as “Raias Poéticas” têm como objectivo principal a projecção de Vila Nova de Famalicão como rota do pensamento e da arte ibero-afro-americanas, numa perspectiva arqueológica da cultura famalicense (exceptuando a lusofonia, agora em realidade sintomática), as relações culturais ibero e americanas foram já uma realidade. Se em finais do século XIX e nos princípios do século XX a revista cultural e literária famalicense “Nova Alvorada”, para além dos propósitos republicanos, projectou o nome de Vila Nova de Famalicão na vizinha Espanha, assim como na Europa, em particular com a Itália, nas relações culturais, o “Soneto Neo-Latino”, com o sub-título “florilégio  de sonetos inéditos das línguas latinas e suas afins”, marcará, indiscutivelmente, com a Europa (Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal e a Roménia) e com alguns países americanos (caso da Argentina, do México e do Brasil), a relação cultural linguística e poética entre a Europa e o continente sul-americano, estando Vila Nova de Famalicão nessa projecção. Mais recentemente entre nós, com a “Portuguesia” (2010 e 2011), sendo então curadores Wilmar Silva e Luís Serguilha, este último desde 2012 que arranca com as “Raias Poéticas” para uma reflexão do mundo contemporâneo entre três realidades culturais completamente díspares entre si, mas que se complementam num único discurso: a aproximação cultural.

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