PALAVRAS-CHAVE
Racionalismo. Razão. Neo-Iluminismo. Método. Pedagogismo Social. Educação Nova. Mentalidades. Trabalho. Ensino profissionalizante. Descentralização
RESUMO
Partindo do facto de António Sérgio não ter sido uma personalidade consensual, mas admitindo a sua influência na cultura portuguesa do século XX, Sérgio Campos Matos, analisa, num primeiro momento, a problemática do intelectual e do seu papel no campo social, na obra e no pensamento do autor em questão face ao ensaísmo. Partindo do princípio de que há uma relação profícua entre a filosofia e a pedagogia em António Sérgio, a educação será um meio para a reforma das mentalidades, isto é, a educação surge em António Sérgio como um meio para alargar horizontes. Partidário da instrução democrática, a sua prioridade centrava-se na reforma das mentalidades, na qual se deveria cultivar a formação de uma opinião pública crítica. Neste sentido, criticando o ensino dogmático e livresco, e influenciado pelo Instituto Jean-Jacques Rousseau, partidário da educação nova, e pela pedagogia anglo-saxónica, defende a criação dos institutos para a investigação, valoriza o ensino profissional, defende a ideia da formação de novas élites, isto é, novos educadores, face às falsas élites, como era o caso do “bacharelismo”, para a promoção de uma nova sociedade portuguesa. António Sérgio, com base na Educação Nova, defende a ideia de uma escola do trabalho, voltada para as actividades produtivas, autónoma, um ensino voltado para o concreto, assim como a descentralização do ensino.
O Prof. Sérgio Campos Matos num momento da sua palestra "António Sérgio Pedagogo"
É com imenso prazer estar de novo (este presente no Ciclo de Conferências “Lutas Académicas e Estudantis” – 1890-1891: Republicanismo Radical e Movimentos Estudantis”, Fev. 2007; e no Ciclo de Conferências “As Grandes Questões da I República” – “A Seara Nova e os Problemas Nacionais na I República”, Set. 2010) no Museu Bernardino Machado, numa casa que tem uma programação cultural que muito considero. Proponho-me falar de “António Sérgio Pedagogo” e vou começar por lembrar por algo que é relativamente banal, mas que será um ponto de partida para um pequeno percurso, e que é o facto de António Sérgio, ao longo da sua vida, não ter sido nada consensual. A vida dele (nasceu em 1883 e faleceu em 1969) atravessa várias épocas (final da Monarquia, a I República, a Ditadura Militar e o Estado Novo e travou polémicas com pessoas muito próximas dele, como foi com Jaime Cortesão, por exemplo, logo nos primeiros anos da I República, com tradicionalistas, os homens do integralismo lusitano, e que alguns viriam a apoiar o Estado Novo, com apoiantes do Estado Novo, mas também com críticos do salazarismo, marxistas, caso de António José Saraiva, antes com Bento de Jesus Caraça, enfim, foi de tudo menos um homem consensual; e, no entanto, exerceu uma profunda, e independentemente de se gostar ou não dele, influência na cultura portuguesa contemporânea, na cultura de élite, digamos assim, e a pergunta que formulo à partida é: como é que se pode explicar esta influência que teve, que foi uma influência muito grande, que vai até aos anos sessenta e setenta, e depois da morte dele declinou a sua presença, tendo sido a sua obra muito criticada, e vou tentar explicar como é que, de alguma forma esta marca dele foi tão presenta, a ponto de nós termos já nos anos oitenta, na “Revista de História das Ideias” um número duplo dedicado à sua obra, depois em 2004 um colóquio no Porto, na Universidade Católica, denominado “Pensamento e Acção” (dois volumes na Imprensa-Nacional) e, mais recentemente, na Faculdade de Letras de Lisboa um novo colóquio dedicado à Seara Nova, com a tríade de três grandes figuras: António Sérgio, Jaime Cortesão e Raúl Proença.
O Prof. Norberto Cunha (coordenador científico do Museu Bernardino Machado), na apresentação do conferencista convidado
Olhamos para trás, e no século XX em Portugal, se vê que este homem que foi um ensaísta, e que escreveu sobre as mais variadas temáticas (ensaios de história, ensaios dedicados à literatura, a figuras como a Camões ou a Eça de Queirós, à política, à filosofia, à actualidade), com uma obra muitíssimo variada, e olharmos para trás, no século XX, temos diversas gerações de intelectuais, caso de políticos, homens ligados à história (caso de Vitorino Magalhães Godinho, Joel Serrão, Barradas de Carvalho, Borges de Macedo), têm uma marca, pela leitura que fizeram, ou das leituras, de António Sérgio. Na medicina, na matemática (Tiago de Oliveira), nos estudos literários (David Mourão-Ferreira, Jorge de Sena), todos estes homens reconheceram a presença no seu pensamento das leituras que fizeram de António Sérgio. Isto remete-nos para o lugar muito especial que António Sérgio ocupa na cultura portuguesa do século XX. Como intelectual, num tempo, é bom lembrar aqui que a figura do intelectual enquanto homem de pensamento político, ou a actuação dos intelectuais em bruto, é algo que vem muito depois, evidentemente, mas que, no final do século XIX, é muito evidente a difusão do termo “intelectual” que remete para aquele que tem ou adopta um pensamento crítico em relação ao estado das coisas, pensando criticamente e que intervém na coisa pública, intervém na Rés-Pública. Ora, coloca-se aqui o problema da função social dos intelectuais, alguma coisa que, evidentemente, esta geração de António Sérgio, que é também a geração de Fernando Pessoa, que é também a geração de Raúl Proença, que é a geração de Jaime Cortesão, quer dizer, grandes figuras do século XX português, e que vai levar, direi, digamos estes homens, sobretudo estes três, Cortesão, Sérgio e Proença, levam esta ideia do intelectual como portador de um pensamento crítico, levando-a até às últimas consequências. Podemos pensar, como disse há pouco, como é que a sua figura, a de Sérgio, cai no limbo do esquecimento. Há uma altura em que se desvaloriza o ensaísmo, num tempo em que olharmos para o século XX, nós vemos que há uma grande tendência, na primeira metade do século XX, no sentido da especialização dos saberes, no sentido da profissionalização dos mais variados campos, Tendo em conta esta tendência é claro que o ensaísmo que, no fim de contas, uma reflexão mais geral sobre problemas dos mais variados, é evidente que do lado dos cientistas, dos geógrafos, dos historiadores e nas grandes ciências exactas (caso de Bento Jesus Caraça) houve objecções a António Sérgio e, por vezes, objecções com grande pertinência, lembrando oc aso da historiografia (caso de Borges de Macedo, e outros, que levantaram alguns problemas a conceitos que Sérgio utilizou).
Mais um momento da intervenção da Prof. Sérgio Campos Matos
Este tempo de desvalorização do ensaísmo, creio, no entanto, que está a passar. A certa altura olhou-se de esgueira para o ensaísmo, um terreno de ninguém, pessoas que se pronunciam e levantam problemas sobre as mais diversas matérias (estou a lembrar-me da crítica que Orlando Ribeiro faz à introdução da História de Portugal relativamente à abordagem geográfica, do lado da história, por exemplo, o conceito de estrangeirado, que é muito colocado em causa por Jorge Borges de Macedo, etc.) No tempo em que estamos, em que se procura aproximar as diferentes ciências, o espírito ensaísta, que Sérgio assim designava, ou seja, o espírito problemático, o espírito da dúvida, da selecção, voltou, de alguma forma, a ter o seu lugar e a sua força. Vejamos agora qual será a ideia que Sérgio tinha de ensaio, a ideia ou o conceito de ensaio e como é que ele se via a si. Ele , no fundo, não era nem historiador, nem se dizia especialista em coisa nenhuma, falava de si próprio como um ensaísta, um prosador de ideias, como um apóstolo de ideias, como um afinador do intelecto; e é este homem que, de alguma maneira é um herdeiro das ideias do século das luzes, com a crença no progresso, na crença da razão, na crença de que sempre possível esclarecer as ideias e levar o pensamento mais longe e tornar claro, no fundo, iluminar, é um pouco isso, estamos aqui com a ideia da metáfora da luz, o tornar claro, António Sérgio valorizou o método, a atitude problemática e que disse de si próprio, em 1957, já próximo no final da sua vida, que “Sou apenas um pedagogo, uma sorte de pregador”, imagem religiosa que remete para o que ele às vezes dizia, que era um apóstolo das ideias, um filósofo, um campeador pela cultura pelo bem do povo, cujo único cuidado, dele próprio, seriam as pedras vivas que sofrem, ou seja, os humanos; e aqui temos já uma componente que podíamos chamar do seu humanismo, o humanismo universalista, e que, no fundo, era Sérgio um clássico no século XX, de formação humanista, e tem essa intenção de contribuir para a formação das pessoas para uma acção constante de pedagogia social e, portanto, de uma missão especial, como estiveram os românticos, os homens do Renascimento, o ideal da República das Letras que vem da antiguidade, mas, no caso de Sérgio, nós reconheceríamos aqui qualquer coisa que pode parecer um pouco deslocado no tempo, que é a ideia de ele ser um clássico. Às vezes fala-se da pedagogia de António Sérgio, mas esquece-se da relação da pedagogia com a filosofia. Ora, a dimensão filosófica da obra dele, é muitíssimo marcada. Gostava de dizer duas ou três coisas sobre o seu racionalismo neo-iluminista, os seu racionalismo crítico. Disse um dia (1925), procurando caracterizar a sua posição filosófica, que “o racionalismo não é um sistema, mas um método, método que significa caminho-para”. Diz ainda que “o racionalismo é um processo de dialéctica que se alteia de voo em voo para o ideal de unidade radical do espírito”. Esta ideia da unidade é muito presente em António Sérgio, na dimensão do uno-unificante. Em “António Sérgio: Sérgio como mito cultural” (1969), Eduardo Lourenço põe em causa o que António Sérgio cultivava, nomeadamente o espírito da problemática, a dúvida metódica, construindo Sérgio õ seu Descartes e o seu Kant ideal, sendo um dos pontos de crítica o seguinte: é que se Sérgio tem esta retórica da dúvida, o espírito problemático do ensaio, a verdade é que António Sérgio nunca põe em causa as suas categorias apriori do seu racionalismo, ou seja, categorias como, por exemplo, a razão, o dever-ser racional, o conceito de justiça, que Sérgio considerava um conceito eterno, o próprio conceito de bem (platónico), ou mesmo o da Democracia, do qual dizia que a Democracia é eterna, porque está na própria imanência da consciência humana; mas para Eduardo Lourenço, Sérgio nunca põe em causa estes seus princípios racionalistas, estando patente na ideia de António Sérgio a ideia do todo. E isto é importante para percebermos as próprias ideias pedagógicas de António Sérgio porque justamente para ele educar (interessou-se pela pedagogia logo nos primeiros anos da I República) é como um meio para aquilo que ele considerava ser a reforma das mentalidades, reformar a sociedade portuguesa através da educação, da escola, mas também através da economia (a questão formal do regime não lhe interessa, considerando que era uma questão secundária, tal como o foi para Antero de Quental e para Oliveira Martins), mas há aqui a ideia de que para Sérgio educar “é favorecer o crescimento da capacidade de racionalização, de espiritualização, de universalização e superar os limites vários que confinam o indivíduo numa pátria, num grupo” (Ensaio – I)., ou seja, de alargar horizontes, isto é, educar no sentido de alargar horizontes. Esta ideia de que há uma razão, uma capacidade que é superior à percepção sensível, é este racionalismo que domina a atitude pedagógica sergiana e este racionalismo não é apenas um racionalismo que tenha a ver com uma dimensão epistemológica, de teoria do conhecimento, não tem apenas uma dimensão ética (fala não só de um racionalismo como método e o problema é que nos fala também de um racionalismo como doutrina, sustentando que a razão é superior à percepção das coisas), sendo a razão para Sérgio um ideal de harmonia, um ideal da busca de paz, da justiça, etc., quer dizer, tem também uma dimensão moral. A pedagogia em António Sérgio é comandada pela sua posição racionalista.
O auditório
Mas antes dos tópicos fundamentais da sua pedagogias, queria só lembrar para percebermos melhor a posição heterodoxa de António Sérgio porque, na verdade, ele não apoiou a I República, foi muito crítico relativamente à I República, muito crítico em relação à Ditadura Militar e ao Estado Novo, e definiu-se a si próprio como um democrata anti-jacobino, como um anti-clerical (“anti-clerical mas respeitador do catolicismo” – Ensaios – I), e agora vem a pedagogia, partidária da instrução democrática, mas inimigo da “superstição do A, B, C.”, isto é, achava que o ler, o escrever e o contar, como se dizia no Estado Novo, o alfabetizar, isso, para Sérgio, era relativamente secundário porque ele, decerto, considerava que havia gente analfabeta muito culta, tal como Adolfo Coelho já o tinha considerado antes dele. Os terrenos do ensaísmo e do pedagogismo social eram terrenos, de alguma forma, de heterodoxia, dum terreno de heterodoxia diferente daquele que será o de Eduardo Lourenço, mas António Sérgio é alguém que leva até às últimas consequências o combate contra o dogmatismo, os dogmatismos, no sentido de um pensamento crítico, de uma atitude crítica, uma atitude indagadora e crítica. No fundo, era o que ele queria dizer quando falava da reforma das mentalidades, conceito um pouco vago, é verdade, que Raúl Proença também usou, a reforma das mentalidades, como uma prioridade, não a mudança formal do regime, mas era fundamental cultivar a ideia de uma discussão aberta, um livre-exame, sendo esta, precisamente, a sua ideia para a reforma das mentalidades. No que respeita aos diferentes campos da escola, do ensino, da formação, aquilo que ele chamava as pedras vivas, Sérgio pronunciou-se sobre todos os graus de ensino, criticando a escola primária do seu tempo, criticou o carácter livresco mnemónico, dogmático do ensino. Não foi muito original, deve dizer-se, mas, no conjunto, o seu pensamento, que em larga em medida se forjou no contacto com o Instituto Jean-Jacques Rousseau (Genebra, em 1914 e 1915), frequentando-o, entrando em contacto estreito com pensadores da chamada Educação Nova, que defendiam a ideia do ensino de uma escola para a vida, das actividades de descoberta, que nada tinha a ver com o ensino baseado no livro, tem Sérgio a ideia muito clara para fazer uma crítica que vai desde a Universidade (a qual deveria ser autónoma e deveria criar um verdadeiro espírito universitário), insistindo na ideia da defesa e na criação dos institutos de investigação, sendo necessário formar pessoas, investigadores no estrangeiros, foi, assim, todo um combate que ele fez e foi como ministro de instrução que tentou criar a Junta Geral de Estudos, que seria, no fim de contas, a antecessora do Instituto de Alta Cultura. As propostas de António Sérgio vão no sentido, depois, de valorizar o ensino profissional, fala mesmo de um ensino de continuação, uma ideia que tinha apreendido em genebra, que seria uma espécie de ensino profissionalizante, destinado aos jovens que não entrassem nas universidades. Mas a grande preocupação de António Sérgio tem a ver com um tópico central do seu pensamento, que é a tentativa de formar élites, isto é, ideia de formar educadores, formar gente que pudesse de alguma maneira substituir aquilo que ele considerava ser as falsas élites que dominavam a sociedade portuguesa. Esta é uma questão absolutamente central em António Sérgio que é a questão da formação de élites, formação de uma opinião pública, vigilante, crítica, que permita aos portugueses resistir aos excessos, não apenas aos excessos do poder, mas justamente que se pudesse construir um país melhor, através de uma intervenção cívica, a participação das pessoas na coisa pública e não se refluíssem para a vida privada (uma ideia já bem patente em Alexandre Herculano). Há uma questão interessante que é a questão da justificação histórica duma intervenção pedagogista que faz, que é, no fundo, ao olharmos para trás, para a História de Portugal (Sérgio inspira-se muito em Antero de Quental), e que é a ideia de que os portugueses tinham tido uma educação guerreira, o regime da educação guerreira, explicando tal educação a fraca propensão dos portugueses para actividade produtiva, cuja educação teria provocado a decadência (Jaime Cortesão criticou-o por isso mesmo e com razão). Mas é há volta desta ideia de que os portugueses tinham uma fraca aptidão para as actividades produtivas, mais propensão para a circulação, a que chamará de política de transporte, e depois para a especulação. Sobre esta perspectiva crítica da História de Portugal, vai empenhar-se na defesa de uma escola nova, a apologia da escola do trabalho, que é uma escola voltada para as actividades produtivas, mais ligada à vida, e não apenas só com o trabalho intelectual. Isto pode parecer surpreendente porque se pensarmos que se ele é um racionalista, que ao mesmo tempo reflecte sobre as categorias da razão mais abstracta, no entanto, tinha essa preocupação com o ensino, um ensino bem concreto, voltado para avida. Era, no fundo, um homem também muito voltado para os ensinamentos da educação anglo-saxónica. Num texto de 1917, intitulado “A Função Social dos Estudantes”, texto interessante, sobretudo, pela crítica que faz à escola da época, neste texto Sérgio, ao elogiar a educação anglo-saxónica, seguia essa mesma educação. Falando das diferenças entre os portugueses e os ingleses, e os continentais em geral, dizia que os ingleses mantém as formas e mudam as estruturas, reformam as estruturas, os portugueses estão sempre a mudar as formas e mantém as estruturas. Para além da ideia de autonomia e do concreto no campo da pedagogia sergiana, há também uma outra ideia importante que é a ideia da descentralização do ensino, já que o ensino deve partir dos problemas regionais, tendo a ver com as práticas das comunidades. Há depois a ideia da formação do cidadão, que é uma ideia muito republicana, a ideia da escola ao serviço do treino e da formação dos cidadãos: há pontos de contacto entre os republicanos e Sérgio, mas não é a mesma coisa.
A Pedagogia de António Sérgio fundamenta-se na sua própria filosofia, por um lado, no seu racionalismo e, por outro lado, na ideia de que na nossa história se foi formando uma espécie de parasitismo, que vem de Oliveira Martins, ou seja, a ideia de que os portugueses se desleixaram das actividades produtivas, ao privilegiarem o sector terciário, as actividades de circulação e depois esta ideia do estatismo, que prevalece em alguns casos, da dependência face ao Estado, de se ficar há espera que o Estado resolva os problemas dos cidadãos, percebe-se a crítica que Sérgio faz aquilo que ele considerava ser o “bacharelismo”, o protótipo de todos os vícios da sociedade portuguesa. Este “bacharelismo” de Sérgio tem precisamente a ver com a formação das falsas élites, sendo o que ele queria eram as verdadeiras élites que formassem a opinião pública em relação a um país que se superasse a si próprio, em larga medida através da reforma da educação, da reforma da escola.
Não quero deixar de concluir sem voltar à questão inicial, a qual tinha a ver com a influência e a sua presença se manter viva e continuam-se a publicar estudos sobre a sua obra. Como é que podemos explicar esta permanência que, no fundo, tem a ver com esta palestra, que é “António Sérgio Pedagogo”? Do meu ponto de vista, para além da abrangência temática, e concorde-se ou não com as suas ideias, a verdade é que António Sérgio contribuiu como pôde para agitar as águas paradas da cultura portuguesa no Estado Novo, com polémicas vivíssimas, com os mais variados sectores ideológicos, introduziu novos conceitos e, para além disto, temos o carácter pedagógico da sua obra, e, na verdade a sua obra continua a ser fluída com o seu carácter pedagógico e, depois, não ficámos indiferentes; e uma das justificações para a permanência da sua obra tem a ver com o seu racionalismo crítico, no qual se reflecte o seu humanismo universalista.
Bom dia,
ResponderEliminarA quem possa interessar/vende-se:
Sérgio, António Pátio das Comédias, Das Palestras e Das Pregações: Jornada Terceira/António Sérgio. Lisboa: Editorial Inquérito Limitada, 1958 (1ª edição)
Cumprimentos,
paulo_landeck@hotmail.com