Foi apresentado recentemente o número duplo 8/9 (2014-2015) da IV série do "Boletim Cultural" da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão. Dividido em quatro capítulos temáticos, a saber, i) "Entre a Monarquia e a I República", ii) "Raízes Históricas", iii) "Património Cultural" e iv "Oposição Democrática", contém colaboração de António Joaquim Pinto da Silva, António José Queiroz, Artur Sá da Costa (assim como também coordenador editorial do mesmo), Filipa Sousa Lopes, Jorge Fernandes Alves, José Manuel Tengarrinha, entre outros. De Amadeu Gonçalves contém "A I Grande Guerra e as suas repercussões em Vila Nova de Famalicão. O Monumento aos Mortos da Grande Guerra". Ao citar Eduardo Lourenço ("… somos o Édipo
da História, ou, por outra, a História é que é realmente a Esfinge. Não é a
solução, a resposta, é a questão em si mesma, e nós estamos sempre a ser
questionados sem cessar por aquilo que somos, por aquilo que fazemos. A
História não é outra coisa que não seja o que fazem os homens. Não há História
fora do nosso próprio fazer. A história é a ficção das ficções."), Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes ("… talvez faltem,
ainda hoje, as análises dos sentimentos das pessoas, combatentes ou
não-combatentes, das ideias dos grupos e colectividades, das famílias, das
aldeias, dos povos.") e Norman Stone ("Mas
no princípio reinou a ilusão. Em 1914, as tropas partiram saudadas pelas
multidões […] Nenhuma guerra começou com tamanha incompreensão da sua natureza
[…] os exércitos partiram para a guerra com a ilusão de que tudo estaria
acabado em breve – «em casa no Natal»."), pretende o autor do mesmo trabalho evocar, ou tentar saber, através da imprensa de V. N. de Famalicão, entre 1914 a 1918, particularmente entre o "Estrela do Minho" e a "Gazeta de Famalicão" de como seria a sociedade famalicense e de como a mesma se movimentou perante a I Grande Guerra. Para além das questões sociais e políticas e da sua movimentação em V. N. de Famalicão (por exemplo a crise das subsistências ou o sidonismo), ler-se-á nesta investigação como é que a sociedade famalicense se organizou em torno das associações cívicas e sociais, passando pela visão da guerra, pelas actividades culturais e lúdicas, etc. Fica aqui um esquema desse mesmo trabalho
1914
Cultura. Bernardino Machado, Presidente do Ministério, A Questão de Riba d`Ave. O Inquérito do Governo de Bernardino Machado sobre a Lei da Separação da Igreja e do Estado. A Guerra.
1915
Pimentismo. Reorganização Mnárquica. Eleições. A Crise das Subsistências. Incêndio na Casa de Camilo. A Eleição Presidencial. A Guerra. África. Cultura. Exercícios Militares.
1916
Junta Patriótica do Norte. Cruzada das Mulheres Portuguesas. Cruz Vermelha Portuguesa. A Guerra. Bernardino Machado em Vila Nova de Famalicão. A Crise das Subsistências. Futebol. Cultura.
1917
Cultura e Sociedade. A Guerra. A Guerra e a Propaganda. África. Cruz Vermelha Portuguesa. Comissão Promotora Venda da Flor. Crise das Subsistências. Política. A Vitória Monárquica nas Eleições Municipais. Viagem Presidencial e Exílio.
1918
Bernardino Machado e I Exílio. O Sidonismo em Vila Nova de Famalicão. A Crise das Subsistências. "A Sopa dos Pobres". Doenças: Tifo Exantemático, Hidrofobia, Pneumónica, Varíola. A Guerra. Cultura e Sociedade.
"O Monumento aos Mortos da Grande Guerra".
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