A
9 de Agosto de 1914, no jornal “Estrela do Minho”, os famalicenses poderiam ler
no editorial “Portugal e a Guerra”, qual a posição portuguesa perante o
conflito, se era neutro ou não. Portugal neutral? Enquanto que em Setembro e
Novembro já temos, respectivamente, a primeira e a segunda expedição africana,
em Outubro uma divisão portuguesa “parte para o teatro da guerra”, segundo
leram os famalicenses em 18 do mesmo mês. A notícia continua nos seguintes
termos: “Soldados nossos vão combater ao lado dos ingleses, nação nossa aliada,
cumprindo assim, honradamente, o nosso tratado de aliança…” Por seu turno, a
primeira expedição militar para Angola e Moçambique, segundo notícia de 13 de
Setembro, comandada por Alves Roçadas e Massano de Amorim e a segunda
expedição, em notícia de 8 de Novembro, desta vez para o teatro de operações
angolanas, será constituída essencialmente por marinheiros da Armada. Mas o
acontecimento do final do ano, por terras de África, mais propriamente em
Naulila, será relatado de uma forma praticamente indiferente, sem se referir à
localidade. Veja-se a notícia de 29 de Novembro: “Não são conhecidos ainda os
detalhes do conflito entre alemães e os nossos soldados na fronteira de Angola.
Sabe-se, porém, o bastante, para ficarmos percebendo que eles entraram em
território português, desrespeitando a nossa soberania. Parece ter havido
combate entre soldados dos dois países e que houve mortos dos dois lados. /
São, portanto, inimigos nossos também, os alemães, pois que nos hostilizaram
antes ainda de nos considerarmos beligerantes na guerra ao lado da Inglaterra
nossa aliada.”
Hemeroteca Digital
"Ilustração Portuguesa", n.º 448 (21 Set. 1914)
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